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Economia

O diretor jurídico José Aparecido Rufino e o advogado da Findect, Marcos Vinícius Gimenes, com o advogado Bart Fisher em Washington, EUA (E p/ D)

O diretor jurídico José Aparecido Rufino e o advogado da Findect, Marcos Vinícius Gimenes, com o advogado Bart Fisher em Washington, EUA (E p/ D) Foto: Divulgação/ Findect

Foto: Divulgação/ Findect O diretor jurídico José Aparecido Rufino e o advogado da Findect, Marcos Vinícius Gimenes, com o advogado Bart Fisher em Washington, EUA (E p/ D) O diretor jurídico José Aparecido Rufino e o advogado da Findect, Marcos Vinícius Gimenes, com o advogado Bart Fisher em Washington, EUA (E p/ D)

O diretor jurídico da Federação Interestadual dos Trabalhadores dos Correios (Findect), José Aparecido Rufino, informou ao Conexão Tocantins que, somente no Tocantins, mais de 800 funcionários dos Correios teriam sido lesados pelo rombo ao fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis, causado pelo banco BNY Mellon, que administrava o fundo e cujas ações já foram encerradas.

Os fundos de pensão são organizações ligadas a empresas, estatais ou privadas, que gerem investimentos e oferecem benefícios aos seus trabalhadores e aposentados -- como previdência privada e plano de saúde.

A BNY era única administradora financeira dos recursos do Postalis e teria praticado irregularidades que levaram a um prejuízo estimado em US$ 1,5 bilhões (R$ 5,94 bilhões em valores de hoje), informou Rufino. Apesar de já estar inativa, a empresa já foi  multada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que, em janeiro deste ano, condenou, além da BNY, os operadores Eugênio Holanda, Carlos Farias e Eduardo Saad, a multa total de mais de R$ 120 milhões. Em todo o país a Findect estima que mais de 105 mil funcionários tenham sido lesados.

Os investimentos duvidosos foram realizados em entre setembro de 2008 e fevereiro de 2011, por meio de dez fundos de investimentos geridos pela BNY. As operações também foram alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e da Operação Greenfield, da Polícia Federal.

Segundo a Findect, antes da intervenção da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) no ano passado, os gestores do Postalis já haviam entrado em contato com uma empresa de advocacia nos Estados Unidos para mover ação contra a BNY Mellon. As tratativas com os advogados americanos, no entanto, foram interrompidas após a entrada do interventor no Postalis.

A Findect decidiu então retomar contato com a empresa de advocacia para reabrir o caso e reaver os valores devidos pela BNY ao Postalis, como forma de reduzir os prejuízos causados pela empresa aos funcionários dos correios.

Nestas segunda (6) e terça-feira (7), o advogado Bart Fisher estará em Palmas onde participará de reuniões com o diretor jurídico da Findect para discutir o caso. “Ao que tudo aponta, tanto a PREVIC quanto o interventor sabem como salvar o fundo de pensão, porém, preferem não incomodar os verdadeiros responsáveis pelas falcatruas ocorridas durante os anos de gestão abusiva e corrompida do Postalis e de seus investimentos”, manifesta a Findec em nota.

A federação informa ainda que em 2013, muito antes da intervenção, no momento em que o Postalis anunciou o saldamento do plano BD, a FINDECT encaminhou ofício à PREVIC exigindo que ela questionasse a direção do Postalis sobre o ocorrido, principalmente para posicionar toda a classe trabalhadora.

Na época, a resposta da PREVIC pedia tranquilidade, uma vez que a situação do Postalis era “contornável”. A Findect diz que não pretende abafar o caso e quer revelar os culpados pelas operações fraudulentas. “Iremos continuar nos esforçando e buscando todos os meios possíveis para que possamos encontrar os culpados e retomar os valores perdidos com as fraudes”, informa a federação.