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Geral

Meu coração ainda pulsa forte e as mãos estão meio trêmulas. Há poucos minutos, por volta das 13 horas, desta terça-feira (3/2), enquanto atravessada a faixa de pedestres na avenida NS 1 (em frente à Dafra Motos) levei um grande susto. Um Vectra preto, com rodas especiais (e se não me engano as iniciais da placa são NYF), colidiu na traseira de um Space Fox, cujo motorista, educado e responsável, havia parado para eu passar. O outro motorista deu ré, pegou a faixa a esquerda e fugiu pela avenida LO 11 (103 Sul), tomando rumo ignorado.

Estou “bem” e o prejuízo para o dono do space fox deve ser pequeno, mas se o acidente tivesse sido mais grave, provavelmente o motorista de Vectra teria fugido sem prestar socorro do mesmo jeito. Esse é mais relato do trânsito de Palmas que não constará nas estatísticas oficiais. E motoristas como este – mal educado e irresponsável – continuarão a desfilar por aí, ameaçando a vida dos cidadãos.

Todos os dias passo por aquela faixa, por volta das oito da manhã, aumentando inclusive o percurso, pois tenho a tarefa de educar meu filho de apenas três anos para ser um cidadão ciente dos seus direitos e deveres. O discurso é sempre o mesmo: “a rua é lugar de carro, mas na faixa ficamos protegidos, pois os carros devem parar para passarmos”. De tanto ouvir, ele até já “aprendeu” a lição. Mas será que estou, realmente, protegendo e educando meu filho ao fazer o sinal de vida, aguardar os carros pararem e atravessar? A ocorrência de hoje prova que não.

Só este ano, em Palmas, foram registrados 352 atendimentos relativos às infrações previstas no Código Brasileiro de Trânsito (Lei nº. 9.503/97), tais como: mortes no trânsito, lesão corporal no trânsito, direção perigosa, etc. Das ocorrências, 136 tiveram vítimas com lesões corporais (sendo oito atropelamentos) e duas com óbito no local. Nesse caso, as pessoas que morrem a caminho do hospital não são contadas como vítimas fatais. Os danos – humanos e materiais – são bem maiores do que as estatísticas. Basta uma visita ao Hospital Geral de Palmas, cujo setor de ortopedia vive lotado de sobreviventes, para comprovar o fato.

Motoristas imprudentes, fiscalização falha e punição por meio da doação de cestas básicas são ingredientes perfeitos à perpetuação de verdadeiros assassinatos nas ruas e avenidas da nossa cidade. A educação para o trânsito desde a infância certamente vai colaborar para um futuro mais civilizado (espero), mas é necessário exigir mais da formação dos futuros condutores antes da emissão da carteira de habilitação, fiscalizar melhor o trânsito e punir os infratores. E qual a melhor punição? Cassar a carteira definitivamente e impedir os infratores de usar qualquer meio de transporte que seja como arma letal. Que sejam apenas passageiros – de motoristas corretos.

 

Andréa Luiza Collet