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A ILPF permite diferentes possibilidades de integração entre os componentes lavoura, pecuária e floresta

A ILPF permite diferentes possibilidades de integração entre os componentes lavoura, pecuária e floresta Foto: Clenio Araujo

Foto: Clenio Araujo A ILPF permite diferentes possibilidades de integração entre os componentes lavoura, pecuária e floresta A ILPF permite diferentes possibilidades de integração entre os componentes lavoura, pecuária e floresta

Entre os próximos dias 6 e 8 de março, a Embrapa e parceiros vão promover no Tocantins mais um módulo de capacitação continuada no âmbito da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Desta vez, as atividades acontecerão em Porto Nacional, que fica na região Central do estado.

Três pesquisadores de diferentes Unidades da Embrapa serão palestrantes. Alexandre Uhlmann, da Embrapa Florestas (Colombo/PR), vai falar sobre espécies nativas com potencial de exploração econômica em áreas de reserva legal. Já Maurel Behling, que é da Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop-MT), abordará a implantação e a condução de eucalipto em sistemas integrados.

Outro tema a ser trabalhado pela Embrapa na capacitação é uma novidade. Marcelo Romano, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas/BA), vai falar sobre a implantação e a condução de espécies frutíferas na chamada ILPFruta, que é a integração, como a sigla sugere, com árvores frutíferas.

O coordenador técnico da capacitação é Deivison Santos, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas/TO), Unidade da empresa que possui um grupo para pesquisas com sistemas agrícolas. Ele explica que os temas abordados nos diferentes módulos da capacitação se complementam.

“Após abordarmos inicialmente a temática solos, que é a base de qualquer sistema de produção, buscou-se apresentar as possibilidades/oportunidades que podem ser alcançadas por meio de sistemas integrados utilizados sob três contextos: implantação e condução de integração com foco na produção de grãos; implantação e condução de integração com foco na produção pecuária; e o tema atual, implantação e condução de integração com foco na produção de perenes. O quinto e último módulo deverá abordar temas transversais, como gestão financeira, além da avaliação das  URTs”, detalha. URTs são Unidades de Referência Tecnológica, áreas em propriedades rurais assistidas pelos participantes da capacitação onde são aplicadas e acompanhadas tecnologias relacionadas ao projeto.

Deivison relatou que, “de acordo com dados da rede de fomento em ILPF, o componente florestal é o que tem menor adoção, devido a falta de informações validadas (principalmente econômicas). Dessa forma, buscou-se trazer pessoas que pudessem apresentar suas experiências com a utilização de espécies perenes de forma integrada, permitindo que os técnicos participantes tenham melhores condições de auxiliar os produtores em um processo de tomada de decisão e planejamento de ILPF”.

Sobre fazer integração com árvores frutíferas, o pesquisador vê como uma boa alternativa para o estado. Segundo ele, “a intenção é chamar a atenção para outras possibilidades não-tradicionais de integração, podendo estudar inclusive o uso de espécies nativas do Cerrado, como baru, pequi ou cagaita, açaí ou outras palmeiras, que têm produtos muito valorizados e não demandam muito manejo. Essas espécies seriam integradas com a pecuária, que é o sistema de produção predominante no Tocantins”.

Ana Clara Bohnen de Barros, gerente de Agropecuária do Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins), explica que os participantes da capacitação têm formações diversas. “A gente tem, na turma do (projeto) ILPF, zootecnistas, agrônomos, veterinários, técnicos agrícolas, técnicos agropecuários, engenheiros agrícolas. Eles todos trocando experiência; então, sempre um domina mais uma área que o outro, pede ajuda pro outro. Eu acho isso extremamente válido”, afirma.

A capacitação é uma ação da Rede ILPF. A realização é da Embrapa junto com o Ruraltins e a Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro). Apoiam a empresa Zoofértil e o campus de Porto Nacional do Instituto Federal de educação Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO).