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Um casal sai correndo de casa, desesperado, pedindo socorro. A mãe senta-se no meio fio, sem saber o que fazer com a filha que carrega imóvel nos braços. Era quarta-feira, 8 de abril, por volta de 19h30, quando Júlio César Pereira de Sousa e sua esposa ouvem o clamor e dirigem-se aos pais. Júlio César verifica que a menina, Gabriela, de dois anos, está em crise convulsiva, procura claridade em um poste de energia e inicia o processo de massagem cardíaca e respiração artificial.

Como não havia nenhum carro por perto, o pai decide levar a criança de moto ao Pronto Atendimento Norte. Júlio César sobe na garupa, com a menina em seus braços, e, durante todo o percurso continua a realizar os procedimentos necessários até que a criança receba os atendimentos médicos. Próximo ao pronto socorro, um choro anuncia que o esforço valeu a pena. A criança recebe oxigênio e medicação, ficando em observação por algumas horas, até poder voltar para casa com seus pais.

Júlio César tem 33 anos e é soldado do Corpo de Bombeiros Militar desde 2006. No momento em que realizou o atendimento estava de folga e se preparava para ir ao mercado com a família. Ao ver a situação, uma criança que precisava de socorro e o desespero de uma mãe, não teve dúvida do que seria prioridade naquele momento. “Quando comecei o atendimento, não sabia o que poderia acontecer, mas sabia que precisava fazer o procedimento”, conta, acrescentando que se sente satisfeito por poder ajudar. “É gratificante saber que uma intervenção nossa pode fazer a diferença”, ressalta.

“Ele (Júlio César) foi tudo! Se não fosse ele, tenho certeza de que a Gabriela não tinha escapado”, diz a mãe, Maria Madalena Vieira Cardoso, agradecida. Ela acrescenta que no momento do desespero, os pais ficam sem saber o que fazer. “Não há palavras ou dinheiro que pague o que o Júlio César fez. Devo a vida da minha filha a ele. Foi um anjo enviado por Deus”, emociona-se.

(Andréa Luiza Collet)