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Opinião

Nota-se nestes últimos tempos uma pregação quase que globalizada do individualismo, do eu faço, eu promovo, eu resolvo, objetivando de certa maneira tornar a humanidade esfacelada, quebrada, picotada, de modo que se sobressaia os mais abastados, os que gostam de palanque, os que apreciam holofotes, finalmente os que ficam felizes em "aparecer".

Verifica-se o apogeu de temas individualistas como "a floresta que ardia em chamas e um pássaro fazia a sua parte derramando um pouco de água sobre o fogo". "O cidadão que morava em uma vila na qual muitos esbanjavam água, e só ele economizava". "O empresário que tinha sua empresa dentro dos padrões da Vigilância Sanitária em um distrito industrial, onde muitos não faziam o mesmo". Estes exemplos são claros e evidentes que o individualismo não tem resolubilidade, e não contempla o problema.

Vemos todos os anos nosso governo a fazer "misericórdia e benevolência" com os cidadãos nordestinos, diga-se de passagem, com o nosso dinheiro, com o ímpeto de resolver o problema da seca sem nenhum resultado prático e concreto. A cada ano a nossa pobreza aumenta simplesmente por não objetivarmos a causa e sim a conseqüência. Uma verdadeira apologia ao individualismo. Contrariando o que o nosso poeta-mor Luís Gonzaga cantou quando em nosso convívio e recordamos em seus CDs até hoje, mostrando que "dá esmola a um homem que é são, o vicia ou mata-lhe de vergonha".

Temos presenciado várias campanhas de Entidades Filantrópicas à procura de ajudar ao próximo com cestas básicas, medicamentos, ceias de natal, natal sem fome, São João sem fome, etc. Ajudas as mais variadas possíveis momentaneamente. Estamos cientes que logo aquilo se acaba e volta o que era antes. Estamos sempre atacando o efeito e não a causa, exatamente o contrário do que apregoou há muitos anos o Grande Mestre Jesus Cristo.

Há pouco tempo lemos e ouvimos mensagem da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB) cobrando das autoridades competentes esforços para resolver problemas genericamente e definitivamente, convidando a união maçônica para trabalharmos no intuito de buscarmos resoluções definitivas, formando verdadeiras cadeias de união e fraternidade universais.

Não sou contra a ajuda, o presente, o agrado etc., só tenho a convicção que para resolvermos as intempéries da humanidade devemos nos unir, devemos confraternizar-nos, devemos sentar juntos para atender o todo. Os problemas cruciais como a fome, a miséria, a guerra, a água, a falta de educação, o aquecimento global, o abandono da segurança, o descaso para com a saúde pública, etc., não resolveremos fazendo individualmente a nossa parte, simplesmente porque estes problemas fazem parte de um todo, e é necessário fazer mudanças profundas para atingirmos estes desafios.

Que a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade sejam dadas a todas as pessoas da face da terra para a união de todos, independente de qualquer coisa, simplesmente para nos unirmos. Precisamos ser diferentes para servimos de referencial, por isso conclamo a cada ser humano, cada cidadão não somente fazer a sua parte, agir amplamente fazendo também a parte dos que não têm esta força. Olhemos para o coletivo, assim enxergaremos todos.

Será que ser fraterno é "Fazer a Minha Parte" ou "A União Faz a Força?

José Arimatéia de Macêdo - Médico