A área de preservação permanente do córrego Sussuapara no centro de Palmas está sofrendo com a degradação ambiental. Aproximadamente a 200 metros do colégio CEM - Centro de Ensino Médio de Palmas e próximo à Arne 13 uma erosão de aproximadamente 100 metros de comprimento, por 10 m de largura e 10 de profundidade está tragando árvores de até 15 metros de altura.
A voçoroca foi aberta durante o período de chuvas do ano passado e deve se agravar com o início das chuvas deste ano que estão por começar. A área se localiza exatamente no local onde foi desativada uma antiga estação de tratamento de água da Saneatins. Segundo Silas Jurumenha da Assessoria de comunicação da empresa, não existe nenhum projeto para revitalização do local, a recuperação estaria a cargo da prefeitura. Ainda segundo informou, a Saneatins se retirou do local há muitos anos.
Consultada a respeito do assunto a SEMATC - Secretaria do Meio Ambiente e Tecnologia de Palmas, não tinha conhecimento do problema. A diretora de meio ambiente Ana Márcia Fernandes Cruz Aires informou que a secretaria estava tomando providências, mas, no sentido de verificar obras que foram feitas nas proximidades e que estariam provocando o assoreamento da nascente, um outro problema detectado no mesmo local.
A reportagem então levantou que no local informado pela diretora também há uma grande quantidade de detritos, pláticos e garrafas pet carregados pela força das enxurradas. Márcia informou que, no caso do assoreamento, uma equipe técnica já fez o levantamento e já comunicou o Dertins - Derpartamento de Estradas e Rodagens do Tocantins para ver de qual empresa é a responsabilidade.
Na questão da voçoroca, o Naturatins - Instituto Natureza do Tocantins, órgão estadual, e também diretamente relacionado ao assunto, após ser informado do problema enviou uma equipe ao local. Ana Lúcia Soares Costa, da Assessoria de Comunicação do órgão, informou que a equipe que fez a visita está preparando um relatório com o parecer técnico.
Cenário desolador
Quem anda pelo local se sente mal, tal a falta de comprometimento com a causa ambiental por parte da população e falta de políticas públicas de manejo correto das áreas verdes da capital. Uma das formas de procurar controlar o fogo poderia ser a construção de asseiros próximos à área de vegetação mais densa, evitando que o fogo que sempre se propaga no capim seco nesta época do ano chegue até às árvores.
O fogo devorou a área ambiental do Sussuapara em toda a sua extensão, desde a nascente próxima a Arne 13, até as proximidades onde deságua no lago. Os animais que sobrevivem ao fogo, ficam desabrigados de seu habitat e atordoados nem fogem à aproximação humana. (Mostrar foto do Lagarto)
No local que é habitat de várias espécies de aves como: frangos dagua, araras, tucanos, gaviões, periquitos, papagaios, rolinhas, etc, só para citar algumas, também encontra-se várias espécies de répteis e entre outros já foi visto no local raposa e até uma paca a alguns anos. Muitos morrem acuados pelo fogo ou pela falta de alimento.
A população das quadras que avizinham a reserva despeja muito entulho e restos de lixo no local. Entre eles muitas garrafas de vidro que com o calor excessivo tornam-se materiais de ignificação e combustão no capim seco, facilitadas pela baixa umidade do ar. Os entulhos podem ser verificados em toda a extensão da reserva. Para a Diretora de Meio Ambiente da SEMACT, Ana Marcia, é muito difícil a fiscalização pegar os infratores no ato. "Não tem como os fiscais estarem em todos os lugares o tempo inteiro, a comunidade pode ajudar ligando para o 190, hoje a Guarda Metroplitana é parceira", informou.
Outro canal através do qual as denúncias podem estar sendo feitas é o 0800 63 1145 da linha verde. Para Marcia a população pode ser aliada do poder público na questão ambiental.
Umberto Salvador Coelho