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Palmas

Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Palmas (Semus) revelam que os números de suicídio e de tentativa de suicídio vêm aumentando com o decorrer dos anos. Para reduzir a incidência e prevenir esse tipo de violência, a Semus promove um curso de capacitação para 60 profissionais de saúde multiplicadores, para identificação dos Fatores de Risco contra a Violência Auto-infligida (suicídio e tentativas), nos dias 5 e 6 de dezembro, a partir das 8h30, no CEULP/ULBRA.

Uma mesa-redonda, aberta ao público e a imprensa, será realizada no dia 5, às 19h30, no auditório central do CEULP/ULBRA. Para comandar as discussões, a Semus trará os maiores especialistas da área, trata-se do psiquiatra e doutor em Saúde Pública da UNICAMP, Drº Neury Botega e da psicóloga e doutora em Saúde Pública, da PUC-RS, Drª Blanca Werlang.

De acordo com o Secretário Municipal de Saúde, Samuel Braga Bonilha, a violência auto-infligida, que inclui o suicídio, as tentativas de suicídio e as automutilações, foi apontada como primordial para as ações de prevenção da saúde no Brasil: "o suicídio é considerado pela Organização Mundial de Saúde e pelo Ministério da Saúde como problema de saúde pública e os dados epidemiológicos das causas externas na cidade de Palmas requerem intervenções que objetivem a diminuição tanto dos óbitos quanto das tentativas de suicídio", assegurou o secretário.

Estatísticas em Palmas

Segundo o Núcleo de Prevenção a Violências e Acidentes da Semus, 83 homens e 131 mulheres tentaram o suicídio, nos últimos cinco anos e 38 pessoas foram a óbito por suicídio, de 2004 a 2007.

"Desde 2006, estamos notificando as tentativas de suicídio e desta forma, acompanhando as pessoas que tiveram esse procedimento para evitar novas tentativas", informa Patrícia Ferreira Nomellini, Coordenadora de Vigilância das Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Semus.

Tentativas de suicídio em Palmas

Ano                                   Masc                                                  Fem

2004                                   6                                                         9

2005                                   8                                                        18

2006                                  16                                                        33

2007                                  26                                                        41

2008 até setembro              27                                                       30

Total                                  83                                                       131

 

Interação complexa

Segundo a psicóloga, Lívia Tâmara Oliveira Barbosa, responsável técnico pelo Núcleo de Prevenção a Violência e Acidentes da Semus, o suicídio nunca é o resultado de um evento ou fator único e isolado, "normalmente, o suicídio é uma interação complexa de vários fatores, como transtornos mentais e doenças físicas, abuso de substâncias psicoativas, problemas familiares, conflitos interpessoais e situações de vida estressantes", explica a especialista, acrescentando que o suicídio é talvez a forma mais trágica de alguém terminar a vida.

“A maioria das pessoas que consideram a possibilidade de cometer o suicídio não estão certas se querem realmente morrer", afirma Lívia Barbosa, informando que a maioria das pessoas que pensa em cometer o suicídio comunica o intento aos familiares, profissionais de saúde ou amigos.

“O sistema público municipal de saúde conta com profissionais capacitados e uma rede de atendimento que estão à disposição da população de forma gratuita para diagnosticar e apoiar pessoas e familiares que estão vivenciando o problema", afirma a especialista.

Modo de divulgação influencia suicidas

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), um dos muitos fatores que podem levar um individuo vulnerável a efetivamente tirar sua vida pode ser a publicidade sobre os suicídios. A maneira como os meios de comunicação tratam casos públicos de suicídio pode influenciar a ocorrência de outros suicídios.

A OMS adverte que o suicídio não deve ser mostrado como um método de lidar com problemas pessoais como falência financeira, reprovação em algum exame ou concurso ou abuso sexual. As reportagens devem levar em consideração o impacto do suicídio nos familiares da vítima e nos sobreviventes em termos de estigma e de sofrimento familiar.

Fonte: Assessoria de Imprensa Semus