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Grupo de trabalho que está estudando uma reformulação da política agrícola brasileira deverá apresentar até maio uma visão geral do que foi previamente apelidado de Simples Rural. O grupo é formado por representantes dos produtores rurais, bancos, indústrias e governo e pretende com a medida dar maior transparência às informações do setor produtivo nacional, ao migrar a estrutura familiar das fazendas para uma estrutura empresarial. "É preciso formalizar a relação existe atualmente. Não é mais vantajoso para os agricultores sonegarem impostos e não pagar mais suas dívidas", afirma Guilherme Dias, professor de Economia e ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.

Na prática, a ideia é transformar as propriedades rurais em empresa, para que elas possam oferecer dados possíveis de serem fiscalizados sobre sua atividade. Segundo Dias, o governo já teve uma experiência positiva com o Simples, que trouxe para a legalidade muitas empresas de pequeno porte e poderia ser aplicada para o agronegócio. Estimativas indicam que a sonegação na atividade agropecuária no País esteja ao redor de 40%, podendo chegar a 60% em alguns Estados.

A transformação das propriedades rurais em empresas permitiria, segundo Dias, encontrar soluções para o endividamento do setor produtivo. Em sua avaliação, a mudança permitiria que o agente que fosse financiar o plantio de uma safra, por exemplo, tivesse uma visão geral da atividade. O sistema atual as operações de financiamento são individualizadas, ou seja, um mesmo produtor pode pegar financiamento oficial do governo, emitir uma Cédula de Produto Rural (CPR) junto a uma trading e ainda comprar alguns insumos com uma revenda.

Fonte: Agência Estado