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Polí­tica

Embora ainda esteja distante para se fazer qualquer prognóstico sobre a sucessão estadual de 2010, alguns balões de ensaio começam a ser enchidos com gases nobres e até venenos. Nos porões das oficinas partidárias, telhados de vidro vão sendo fabricados com sopros finos e fôlego de gigante pelo fole dos magos da política tocantinense. O fogo que começa se alastrar na caverna pode deixar muitas lideranças entre o carvão e as cinzas de um acordo mal temperado e fora do tempo.

Metáforas à parte, sutilezas e espertezas são ingredientes fartos que vão sendo jogados sobre a fogueira, ainda mansa, do processo sucessório. Do lado da União do Tocantins, por exemplo, não é arriscado afirmar que o velho Siqueira Campos não vai disputar o Executivo. O seu sonho é encerrar sua carreira política como senador. E ele vai jogar pesado para conquistar uma duas vagas que estarão em disputa. Seus próprios adversários mais ferrenhos não têm nenhuma dúvida que ele será eleito.

Com isso, a candidata da oposição ao governo do Estado será mesmo a senadora Kátia Abreu (DEM), que não tem nada a perder. Em última análise, caso não tenha êxito nas urnas, ela tem mais quatro anos de mandato no Senado, sem contar que não precisa renunciar ao cargo de presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), apenas se licenciar.

Na condição de candidata ao governo em composição com PSDB, PP e PHS, Kátia Abreu abre um palanque competitivo para o presidenciável José Serra e acirra a disputa em nível regional. Caso Serra seja eleito presidente – se ele for mesmo o candidato do PSDB, já que Aécio Neves está no páreo –, e Kátia não ganhe a eleição, a senadora tem grandes possibilidades de compor a equipe do Serra, assumindo um importante ministério.

O que se comenta nos bastidores é que a chapa ideal da União do Tocantins para 2010 é Kátia Abreu na cabeça de chapa, com o seu vice sendo de Palmas, podendo ser o deputado Eduardo Gomes (PSDB). Siqueira e a ex-prefeita de Araguaína, Valderez Castelo Branco (PP), como candidatos ao Senado. O primeiro suplente de Siqueira seria seu filho Eduardo e de Valderez, uma liderança do Bico do Papagaio.

PT, PMDB e PR – Estes três partidos podem formar uma grande aliança para 2010, seguidos por PSB, PDT e PPS. Mas tudo vai depender da forma como o governador Gaguim conduzir o seu governo até as vésperas das convenções partidárias. O governador voltou a insistir que o senador João Ribeiro é o seu pré-candidato ao governo, o que deixa claro que Gaguim deve mesmo concluir o seu mandato, adiando o seu projeto político para 2012, na disputa pela prefeitura da capital, o seu grande sonho.

A deputada Solange Duailibe, presidente do diretório metropolitano do PT, não descarta a possibilidade Gaguim sair para a reeleição, mas insiste que o seu partido, a priori, terá candidato próprio ao governo, e nesse projeto ela defende a candidatura de Raul. A sua tese, embora ambígua, é justificada pelo jargão de que “tudo em política pode acontecer”. Ela acha que até o mês de junho muita coisa pode mudar no cenário político.

Solange não descarta nem a possibilidade de ser candidata à vice numa chapa com o governador Gaguim. “É difícil a gente fazer um diagnóstico nesse momento. O PT tem um projeto de governo Temos um candidato em potencial à sucessão, que é prefeito Raul Filho. Estaremos nas bases fortalecendo este nome cada vez mais. Agora, o que vai acontecer o ano que vem, com quem nós vamos fazer alianças, visto que PT e PMDB, em nível nacional, já existe um compromisso firmado, mas estamos lutando para que Raul Filho saia como cabeça de chapa, mas não descartamos o lançamento de outro candidato, já que a gente quer formar um grande arco de alianças com outros partidos. Se tiver outro candidato que estiver melhor posicionado que Raul, é claro que o nosso partido vai ter que sentar à mesa e conversar. Por enquanto, o prefeito Raul é o melhor nome para o Tocantins”, pondera a deputada petista, lembrando que o governador Gaguim é um forte candidato à reeleição.

(Gilson Cavalcante)