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Uma a cada duas mil pessoas no mundo apresenta o quadro de ceratocone e a maioria sequer sabe que é portador. Por ser uma irregularidade que leva a córnea a sofrer mudanças em sua estrutura, tornando-se mais fina e obtendo o formato de cone, gera dificuldades de correção de erros refrativos (de grau) para o portador que, em muitos casos, tem como indicação o transplante, explica o oftalmologista Antonio Teles, do HOB Palmas.

Teles prepara-se para participar, em agosto, do Congresso Mundial de Ceratocone que se realizará em Ouro Preto (MG) e apresentará os novos recursos para tratamento e também o rumo das pesquisas em busca de alternativas inovadoras especialmente para conter a progressão desta alteração genética.

 Atualmente, em Palmas, Teles diz que a demanda por lentes de contato de uso diário para portadores de ceratocone tem se mostrado uma solução satisfatória. “As lentes especiais, tipo Soper Duplaface, são realmente uma inovação que permite a fixação e estabilização deste recurso visual com maior conforto e benefícios”, constata.

Além de permitir que o portador de ceratocone corrija o problema refrativo, o médico do HOB frisa que as lentes de contato especiais, por fazerem o contorno mais adequado do olho, já mostraram que ajudam a estabilizar a córnea, especialmente entre os 10 e os 30 anos de idade, quando esta alteração atravessa o período mais crítico de evolução.

 Outro aspecto positivo que decorre desta estabilização refere-se à possibilidade de evitar o transplante de córnea, indicado para alguns casos mais acentuados, ressalta Teles.

Segundo Teles o ceratocone não dói, mas o portador percebe que há algo diferente nos seus registros visuais. Um quadro de fotofobia (sensibilidade à luz) e baixa acuidade visual mesmo com o uso dos óculos pode ser notado. Outro alerta é a percepção de múltiplas imagens fantasmas. A alteração costuma afetar ambos os olhos, mas em geral de maneira assimétrica, com um lado mais acometido do que o outro.

 O simples exame de refração oftalmológica não detecta a presença de ceratocone. Teles explica que “o paciente deve realizar uma ceratoscopia computadorizada, mapa de elevação da córnea e paquimetria, porque o resultado mostrará o relevo da córnea e confirmar o quadro de ceratocone”.

Fonte: Assessoria de Imprensa/ HOB