No Tocantins, a silvicultura está em franca expansão. Aqui os produtores encontram áreas com preços mais acessíveis, clima favorável e a logística para escoamento da produção. Para auxiliar os produtores e manter o incentivo para o setor, a Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário realiza o Expo Florestas Tocantins, nestas terça e quarta-feira, no Auditório da ATM, em Palmas, com o tema: Geração de Riqueza com Sustentabilidade.
As perspectivas da geração de energias através das florestas plantadas no Estado estarão em pauta na manhã desta terça-feira, às 9h20, na palestra ministrada pelo subsecretário da Produção de Energias Limpas, Ailton Araújo Parente. De acordo com o palestrante é preciso aproveitar a cadeia produtiva da floresta. “Demonstrar a viabilidade econômica do aproveitamento do potencial do Tocantins através da exploração sustentável”. O subsecretário adianta que irá apresentar especialmente sobre as potencialidades das florestas voltadas ao segmento da biomassa (lenha).
“A biomassa é matéria de origem orgânica que pode ser usada como combustível em usinas termoelétricas, com a vantagem de ser uma fonte renovável”. Segundo ele, a energia térmica ou calorífica é resultado da combustão de biomassa. “A energia térmica pode ser convertida em energia mecânica e elétrica, por meio de equipamentos como a caldeira a vapor e as turbinas a gás. Após a produção de eletricidade, o calor rejeitado pode ainda ser aproveitado em outros processos, principalmente na indústria”, frisa o subsecretário.
Araújo diz que o mercado para a silvicultura é promissor e cita como exemplo, a Alemanha que após o grande terremoto e o tsunami que danificaram a usina japonesa no início do ano, provocando um dos maiores desastres nucleares da história, anunciou o fechamento de todas as usinas nucleares até 2022. “Para suprir esta demanda que vai surgir, a logística será nosso grande aliado na exportação dos briquetes, produzidos no Estado, para abastecer o mercado internacional. O Tocantins tem grande potencial para a geração, tanto para consumo interno quanto para exportação”, conclui.
Cenário atual
A subsecretaria está realizando um mapeamento das áreas plantadas. “O objetivo é saber como e onde estão as áreas de silvicultura no Tocantins e auxiliar o produtor no que for preciso, um apanhado de todas as possibilidades do Estado na área da bioenergia, que posteriormente vai embasar a busca de empresas e indústrias para investimentos no Tocantins”, explica o subsecretário de Energias Limpas, Ailton Araújo.
Araújo adianta que já foram mapeados mais de 70% das áreas no Estado, sendo catalogadas mais de 200 propriedades com quase 80 mil hectares.
“Existem plantações em todas as regiões do Estado, mas a maior concentração fica no Bico do Papagaio, nos municípios de São Bento e Araguatins e no Sudeste, município de Conceição do Tocantins. Em fase de plantio são mais de 380 mil/ha e a expectativa é chegar aos 600 mil hectares de área plantada até 2016”, explica o subsecretário.
Além de geração de energia, Araújo reforça que as florestas ainda podem ser exploradas comercialmente para sequestro de carbono, papel e celulose. “Entre as espécies mais plantadas no Tocantins destacamos o eucalipto, teca, seringueira, neem, pinho, cedro, além de árvores nativas, como o pequizeiro”, completa. (Ascom Seagro)