Com grandes extensões de terra, 27.842.070 hectares, sendo 750 mil utilizadas com a agricultura empresarial, o Tocantins é um dos estados que alcança melhores índices de produtividade, graças à qualidade do solo, clima e ao uso das tecnologias, por isso supera pela primeira vez, desde a sua criação há 24 anos, a marca de dois milhões de toneladas de grãos na safra 2010/2011. Contribui ainda para este crescimento o enorme potencial do Estado para a agricultura irrigada, de 4,8 milhões de hectares de terra. Atualmente se destaca como o maior produtor de grãos da região Norte do Brasil. De acordo com as estimativas da Comissão Estadual de Levantamento de Informação Agrícola a previsão para a Safra de grãos 2011/2012 é de 2.380,49 mil toneladas.
Dos grãos produzidos no Tocantins, a soja responde com mais da metade da área plantada (58%), e produção de mais de um milhão de toneladas, sendo o carro chefe nas exportações e principal PIB – Produto Interno Bruto do Estado. Para o secretário da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário (Seagro), Jaime Café, o grande incentivo ao produtor rural é o preço praticado pelo seu produto e a percepção positiva de futuro, considerada uma tendência na demanda de alimentos.
Segundo o secretário, todos os ciclos demonstram aumento de área plantada no Estado e no Brasil, deve-se a oscilações na oferta e demanda mundial, no caso da soja, milho e floresta para celulose e etanol, favorecendo o incremento de investidores em plantio ou na saída dos mesmos quando em baixa. “As ações de governo, no caso do Tocantins foram pró-ativas, pois os investimentos na infraestrutura pelos governos Estadual e Federal indicam um novo eixo logístico de distribuição interna no Brasil e para exportação, favorecendo investidores de todo mundo nos mais diversos segmentos, seja na agropecuária, metalurgia, educação, saúde, turismo entre outros”, reforça Jaime Café.
O secretário frisa que o grande papel do Estado está na manutenção e melhoria dos resultados dos produtores, como a prestação de serviço público, investimento no conhecimento, com pesquisa e extensão, em material genético adaptado, na capacitação de mão de obra e na facilitação da organização dos produtores. “São ações de extrema relevância quando combinadas com os investimentos na infraestrutura realizada”, lembra.
Comercialização
Para o diretor de Sustentabilidade do Agronegócio da Seagro, Corombert de Oliveira, a comercialização bem dirigida e efetivada, independe se a produção é para mercado interno ou externo, para o Estado a exportação propicia dinheiro novo circulando, mas o mercado interno também tem seu valor e passa a ter um peso significativo quando incorporado nas estratégias de desenvolvimento local e regional, pois o processamento da matéria prima gera mais emprego, divisas e diversifica as atividades internas, melhorando a relação de dependência da sociedade.
“Para o produtor a exportação é mais uma opção, é preferencial quando o mercado interno esta em baixa, pois aumenta as opções de venda, e as "trading" entram em cena já no planejamento de plantio favorecendo a aquisição dos insumos, mas não é garantido o sucesso e a satisfação”, argumenta o diretor.
Água
O Tocantins desponta no cenário mundial na oportunização de área para irrigação, agraciado e banhado pelas duas maiores bacias hidrográficas, Araguaia e Tocantins, e pelo interesse em investir na perenização dos rios e na produção de água. “Certamente este diferencial favorecerá a vinda de investidores nos mais diferentes empreendimentos, apesar de sua conservação e uso estar diretamente relacionada à rotina do produtor rural, que viveu por muito tempo no limbo da falta de informação e até hoje paradigmas deverão ser quebrados”, explica o secretário Executivo da Seagro, Ruiter Padua.
Padua lembra, ainda, que a água é matéria prima essencial para a produção de alimentos, sendo que para a maioria dos produtores ela vem na forma de chuva, que em muitos casos gera prejuízo pelo excesso ou falta. “A irrigação integrada a outras tecnologias, se apresenta como a melhor alternativa para o aumento de produtividade sem aumentar a área plantada, diminuindo a pressão pelo desmatamento mas, é uma tecnologia que exige muito conhecimento e recursos, ainda é minoria no cenário nacional o numero de produtores que domina a técnica e tira o máximo proveito desta tecnologia”, completa.
Várzea tropical
O Tocantins possui a maior área contínua de várzea tropical do Brasil (1,2 milhão de hectares), localizada na bacia do Rio Araguaia, formada basicamente pelos rios Javaés, Formoso e Urubu, com área de 500 mil hectares, sendo que atualmente são explorados cerca de 115 mil hectares com o cultivo de soja, arroz feijão e 3 mil hectares de melancia, responsável por 92% da produção estadual, além de produzirem sementes naturalmente sadias. Esta região possui solos de boa fertilidade e capacidade de irrigação por inundação e subirrigação com possibilidades de cultivo de até três safras por ano.
Confira abaixo a evolução da produção dos principais grãos no Estado do Tocantins desde 1990:
ANO SOJA/t ARROZ/t MILHO/t
1990 35.140 260.850 69.590
1991 8.910 311.155 83.675
1992 11.255 362.108 91.836
1993 26.506 305.766 81.829
1994 57.585 393.869 85.455
1995 36.471 417.148 112.113
1996 14.077 260.754 78.325
1997 45.304 249.021 111.861
1998 123.085 309.091 92.868
1999 113.363 438.767 86.027
2000 144.362 391.827 121.387
2001 188.226 360.957 121.259
2002 244.329 309.979 126.700
2003 377.638 384.834 140.757
2004 652.322 417.139 143.157
2005 905.328 463.529 156.588
2006 742.891 263.212 142.149
2007 731.672 364.970 157.590
2008 894.309 420.584 230.270
2009 875.428 376.119 250.451
2010 991.326 447.320 282.475
2011 1.168.209 458.163 312.252
(Ascom Seagro)