Buscar mecanismos que possibilitem consolidar no município de Gurupi um novo arranjo produtivo visando a instalação de usina para a produção de etanol a partir amiláceos e cereais, foi o foco do projeto apresentado na noite desta última segunda-feira, 15, ao prefeito de Gurupi, Laurez Moreira (PSB), pelo ex-reitor da Universidade Federal do Tocantins, Alan Barbiero.
A apresentação do projeto aconteceu na Prefeitura de Gurupi e contou com a presença dos secretários municipais Pedro Dias (Desenvolvimento e Meio Ambiente), Moacir Bruzon (Cooperativismo) e Gerson José de Oliveira (Infraestrutura), além de um grupo de empresários da cidade que buscam novas alternativas de investimentos.
Álcool de Batata-Doce
A novidade no projeto é que além da mandioca, milho e sorgo, é a introdução também da batata-doce na produção do chamado álcool fino, que é mais puro do que o álcool da cana-de-açúcar. O álcool fino é resultado de um processo onde o produto passa várias vezes no destilador até perder o aroma e a cor por completo, com 96% de pureza e 4% de água destilada. O produto pode ser misturado a bebidas quentes (principalmente, vodka), produtos cosméticos, perfumes, e como insumos farmacêuticos, bem como, na produção de plástico biodegradável.
“Esse tipo de álcool alcança excelente preço no mercado mundial e somente no ano passado, o Brasil importou dos Estados Unidos cerca 1,1 bilhão de litros. Pode ser uma excelente alternativa para fomentar a economia de Gurupi e região”, explicou Barbiero.
De acordo com o que foi apresentado no projeto, assim que instalada, a usina terá capacidade inicial de produção de 100 mil litros de álcool fino por dia e trabalharia em parceria com pequenos agricultores do município.
A ideia de um álcool a partir da batata não é nova. Desde os anos 70 muitos pesquisadores já buscavam desenvolver um combustível dessa forma, mas sempre esbarravam na baixa produtividade, o que inviabilizava os projetos. Na época, as batatas rendiam apenas 12 toneladas por hectare. Hoje, segundo dados da UFT, o Tocantins já têm batatas melhoradas geneticamente, muito mais eficientes. Conseguiu-se até 60 toneladas por hectare, além de obter um produto com um teor de amido entre 28% e 30%, contra 10% e 12% dos anos.
Viabilidade Técnica
O prefeito Laurez disse que achou o projeto interessante e que vai estudar com sua equipe a viabilidade técnica de sua implantação em Gurupi, bem como, as formas de se buscar parcerias com órgãos governamentais e com empresários que estejam dispostos a investir no município. “De nossa parte estamos abertos para apoiar novos investimentos que possam fomentar a economia gurupiense, gerando novas frentes de emprego, renda e, por conseguinte, a melhoria na qualidade de vida de nossa gente”, finalizou o prefeito.