Contando com sete unidades de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas, o governo do Estado, em parceria com os setores da indústria, revendedores e produtores rurais, está planejando a instalação de mais unidades coletoras, inclusive com a ampliação de postos itinerantes em diversas regiões e municípios do Estado.
A experiência pioneira foi lançada no ano passado por meio do posto itinerante no Projeto de Irrigação São João, entre Palmas e Porto Nacional, e apresentou bons resultados, contabilizando coleta de 400 kg de embalagens usadas.
A partir do posto de devolução de embalagens instalado esta semana em Gurupi, o diretor de Defesa Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec), Luís Henrique Michelin, acredita que, a exemplo do apoio que a unidade trará para os municípios da região sul, outros postos estão previstos para a região central, norte e extremo norte do Estado - o Bico do Papagaio. Só a unidade gurupiense tem previsão de recolher 200 toneladas ao ano.
Araguatins, na região do Bico do Papagaio, será em breve beneficiada com um posto volante ou itinerante de coleta, e pode vir a sediar uma central de devolução, como adianta Michelin. Unidade central que ele diz ser também necessária na região central, onde se vai encontrar relativa concentração do uso de embalagens químicas, dada a cultura do abacaxi, dentre outras, em municípios como Miracema, Miranorte e Barrolândia - o que também viria a contemplar Palmas e outros municípios do entorno da capital.
No Tocantins foram recolhidas em 2013 cerca de 277,7 toneladas de embalagens vazias, fato que se levar em conta o pouco peso de cada unidade usada (vazia), é um número bastante representativo, tornando o Tocantins uma das unidades da Federação que mais registram devolução dos diferentes tipo de agrotóxicos empregados na agricultura e pecuária. “A ampliação dessas ações com mais postos vai aumentar a capilaridade do serviço de coleta”, estima Luís Michelin.
O sucesso desse trabalho, como salienta o presidente da Adapec, Marcelo Aguiar Inocente, “está na responsabilidade compartilhada entre indústria, canais de distribuição, agricultores e o setor público visando à preservação do meio ambiente e à saúde da população”. Ressaltando-se que cabe ao órgão estadual no processo o papel fiscalizador no cumprimento da legislação federal.
Nesta tarefa de fiscalizar, orientar e executar as ações, estão o governo do Estado, através da Adapec, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Secretaria Federal da Agricultura, a Associação dos Distribuidores de Insumos Agropecuários do Estado do Tocantins (Adiato), o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InPEV) e prefeituras.
Como funciona
No Tocantins existem atualmente as centrais de devolução de embalagens de Pedro Afonso e Silvanópolis e os postos de devolução de Lagoa da Confusão, Guaraí, Tocantinópolis e Araguaína e Gurupi. Enquanto o posto recolhe e só repassa à indústria a embalagem lavada e não lavada, a central procura compactar para diminuir o volume do material recebido, a ser encaminhado para a indústria, que dará destino final a ele - se para reciclagem ou incineração.
O processo é conhecido como logística reversa a partir do momento em que os canais de comercialização, mediante termo de compromisso assumido na venda, quando é feita a entrega do produto lacrado, em que o produtor rural, independente de ser da agricultura empresarial ou da agricultura familiar tem o prazo de um ano, prorrogável por mais até seis meses, para devolver a embalagem. Ela deve ser lavada, nos casos recomendados, encaminhada para o posto de devolução mais próximo. Ao retornar à indústria, é reaproveitada, sendo novamente envasada. (ATN)