Neste mês de novembro, quando se comemora o Dia da Consciência Negra, a Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) deu inicio a um processo de acompanhamento do trabalho desenvolvido pelas unidades da rede estadual de ensino com relação à cultura negra no Brasil. Por meio de rodas de debate com os professores da área de Ciências Humanas, que aborda disciplinas como História, Geografia e Sociologia, técnicos da Secretaria fazem uma análise do que vem sendo discutido em sala de aula sobre o assunto. A primeira unidade a receber a equipe da Seduc foi o Colégio Estadual Criança Esperança, de Palmas, nesta terça-feira, 4.
Durante o encontro com professores, os técnicos da Diretoria de Educação Indígena e Diversidade, Mara Bassan Bayer e Ozéas Mário Lins, repassaram as determinações legais sobre o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas, além de ouvirem as experiências que já foram implementadas na escola sobre o tema. “Nós estamos fazendo um trabalho de reforço sobre a Lei 10.639, que vem a trabalhar mesmo com a questão do racismo. Foi através da lei, por exemplo, que nós tivemos instituído no nosso calendário brasileiro o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra”, disse Mara.
A meta do programa, conforme Ozéas, é que o debate sobre o ensino de história e cultura afro-brasileira seja levado a todas as escolas do Tocantins. De acordo com o palestrante, todas as Diretorias Regionais de Gestão e Formação deverão participar do projeto junto com as diretorias das escolas de cada uma das regionais. “Todas as Diretorias já foram comunicadas e deverão trabalhar junto com os seus supervisores e as diretorias das escolas”, completou.
Para os professores, a iniciativa amplia o debate sobre igualdade racial na sala de aula, enriquecendo o aprendizado dos alunos. “Isso é muito pela questão de igualdade racial. Temos muitas comunidades quilombolas no Estado e nós devemos abordar a cultura delas junto aos alunos”, comentou a professora de História e Geografia Ana Lúcia Lucena Lima. Atualmente o Tocantins conta com 32 comunidades quilombolas reconhecidas pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do governo federal.
Também professora de História, Eunice Souza frisou que já trabalha as temáticas afro-brasileiras com os alunos. Ela destacou que desenvolveu um projeto sobre o tema e que encontrou certas dificuldades de reconhecimento racial entre os estudantes. “Nós desenvolvemos um projeto sobre nossa origem afro e sentimos, muitas vezes, uma grande dificuldade em os alunos se reconhecerem como negros. Por isso a abordagem desse tema em sala de aula é muito importante”, ressaltou. (Ascom Seduc)