A rodada de negociações do Governo do Estado com as principais categorias atingidas pela anulação de alguns benefícios concedidos na gestão passada começa nesta segunda-feira, 23, quando serão recebidas as entidades da Polícia Militar e da área da Saúde. Na terça-feira, 24, serão atendidas as categorias da Polícia Civil e, a tarde, da Educação. Na quarta-feira, 25, os auditores e depois o Quadro Geral. Os secretários de cada área afim estarão presentes nas reuniões individuais com as categorias. O Conexão Tocantins ouviu vários sindicalistas e o clima é de expectativa para que saia alguma negociação. Os decretos atingem pelo menos 15 mil servidores de 12 categorias dentre saúde, militares, fisco, civis, quadro geral e outros. Mais de 36 mil servidores do Estado são efetivos.
A grande surpresa do dia foi a reunião do governador Marcelo Miranda (PMDB) com todos os representantes dos Sindicatos no final da manhã.
O Sindicato dos Servidores Públicos (Sisepe), Cleiton Pinheiro, afirmou que os sindicalistas estão ansiosos para chegar a um acordo. “A expectativa é que o governo reveja as revogações dos direitos e que sejam renegociados”, disse. A situação financeira delicada do Estado e os limites acima da LRF com gastos de pessoal são as alegações principais do governo que abriu todos os dados para os representantes sindicais para comprovar a impossibilidade financeira de pagar os benefícios.
No caso dos servidores da área da Saúde conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sintras), Manoel a categoria quer renegociar o pagamento das progressões, do parcelamento do adicional noturno e ainda um restante do retroativo da insalubridade. “Queremos renegociar com o governo”, disse o presidente ao Conexão Tocantins.
PIB e salários
Embora pague um dos melhores salários do País para algumas categorias, o Tocantins tem um dos menores PIB’s. A participação do Tocantins no PIB nacional ainda é tímida, representa apenas 0,44%. No PIB geral, o Tocantins aparece em 24º lugar, entre os 26 estados mais o Distrito Federal.
Embora tenha um dos menores PIB’s, o Estado paga um dos melhores salários do País para algumas categorias. Para a Polícia Civil, por exemplo, levantamento da Confederação Brasileira de Trabalhadores Civis mostra que o Estado paga o quinto melhor piso do Brasil no valor de R$ 4.598,00 mil acima dos outros estados que tem mais habitantes que o Tocantins. São cerca de dois mil civis atualmente no Estado.
O realinhamento concedido a Polícia Civil através da Medida Provisória número 8 teve os efeitos financeiros suspensos pela atual gestão em razão da impossibilidade financeira. A paridade será dividida em quatro vezes (de 2015 a 2018) e na prática estabelece apenas dois salários para a Polícia Civil, o de delegado e outro para as demais carreiras.
De acordo com a MP, agente de Polícia, agente penitenciário, escrivão de Polícia, papiloscopista, agente de necrotomia e motorista policial vão receber os seguintes salários, no início de carreira: R$ 5.431,20 (2015); R$ 6.712,29 (2016); 7.993,39 (2017); e R$ 9.274,48 (2018).
O presidente do Sindicato, Moisemar Marinho tem deixado claro que a categoria não abre mão do realinhamento e que se o governo não der uma resposta positiva nesta terça a categoria começa a greve já na quarta-feira, 25.
Os policiais militares do Estado, segundo os dados, tem o 4º maior piso do País no valor de R$ 3.057,00 e um contingente de mais de 4 mil.(Matéria atualizada às 16h50min)