Viola, rabeca ou rebeca de Buriti. São vários os nomes para falar desse instrumento tradicional em algumas comunidades quilombolas do Tocantins. E foi diretamente do povoado quilombola Mumbuca, na região do Jalapão, que os mestres violeiros Maurício e Arnon vieram para apresentar toda a musicalidade da viola de Buriti no palco Fecoarte na noite dessa sexta-feira, 25.
Sob o olhar e ouvido atento da plateia, eles cantaram sobre o capim dourado, sua importância para a comunidade e a necessidade de preservá-lo. O amor pela viola de Buriti também esteve presente em muitos versos apaixonados: “Minha vida agora é minha violinha a cantar. Quando eu ponho ela no peito ela começa a chorar” e “Minha viola é de Buriti, eu toco ela para o mundo inteiro ouvir”.
Com músicas e cantigas passadas de geração em geração, de pai para filho, a dupla também encantou o público com letras autorais, que falavam sobre o cotidiano da comunidade e sobre as riquezas culturais do Tocantins. Maurício agradeceu a presença da plateia e a recepção dada pela 11ª Fecoarte e o 9º Salão do Livro para que a apresentação acontecesse. “É bom demais ter a oportunidade de mostrar a cultura do nosso cerrado, do nosso Tocantins”, disse.
A professora Karina Cavalcante disse estar encantada com a apresentação. “Eu nunca tinha visto, nem ouvido esse instrumento e o som lindo que ele faz. Eu acho que esse evento é uma oportunidade para a gente conhecer mais a cultura do próprio Estado”, concluiu.
Para terminar o show, os mestres violeiros também fizeram uma apresentação instrumental, revelando o som singular da viola, e tocaram a música Asa Branca, do eterno rei do Baião, Luiz Gonzaga.