Mobilização pela paz ganhou as ruas de Porto Nacional, a 58 km de Palmas, na manhã desse domingo, 25. Centenas de pessoas, vestidas de branco e empunhando faixas, percorreram trecho entre a Praça do Centenário, no Centro da cidade, até o cemitério, no Setor Vila Nova.
O deputado estadual Ricardo Ayres (PSB), que mora no município, participou da iniciativa ao lado da esposa, Flávia Teixeira Halum Ayres. “A comunidade e as autoridades precisam se unir na luta contra esta onda crescente de violência que amedronta a nossa cidade, bem como o Estado”, disse Ayres, que na última semana apresentou requerimentos que pedem a criação de um grupo especial de segurança em Porto e de um Fundo Estadual de Segurança Pública.
Violência
A Caminhada pela Paz ocorre depois da morte do chefe de um dos cartórios do município, Dimas Araújo Rocha, 65, na última segunda-feira,19, após assalto no estabelecimento. A ocorrência colocou em evidência a violência crescente no município que, de acordo com os moradores, sofre com a ausência da polícia e da falta de seu aparelhamento.
Segundo moradores, o município contaria com apenas três viaturas. “Só ontem soubemos de três ocorrências na cidade, com tiros e uma pessoa teria morrido”, disse a professora universitária, Vera Lúcia Aires Gomes Silva, cunhada de Rocha. “Estamos conclamando as nossas autoridades para que reforcem o nosso policiamento, que nossos policiais tenham armamento e estrutura material para que possam ir atrás desses bandidos que continuam soltos. Estamos pedindo socorro”, reforçou a moradora.
A esposa da vítima, Tânia Maria Aires Gomes Rocha, demonstrou na ocasião a crescente sensação de insegurança vivida pela comunidade. “Já vivíamos uma grande sensação de insegurança que só fez aumentar com a perda do Dimas, uma pessoa simples, do bem, que tinha uma grande envergadura moral, agora queremos ao menos a justiça, não apenas por ele, mas também pela comunidade de Porto Nacional.”
O servidor público estadual, Nélio da Silva Brito, parente da vítima, ressalta que Rocha é mais um portuense que entrou para a estatística da violência no município. “Hoje é a nossa família que sofre, amanhã poderá ser outra família por conta desta violência que impera no município, por isso todos temos que dar as mãos, comunidade e autoridades, porque embora não seja um problema só local, precisamos começar a fazer a diferença ao menos através da nossa localidade”, reforçou.