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Polí­cia

Foto: Divulgação

A Polícia Federal realiza nesta quinta-feira, 14, a Operação Voo Livre. A ação visa desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico de aves e outros animais silvestres. Estão sendo cumpridos 10 mandados de prisão preventiva, 15 de busca e apreensão e 10 de condução coercitiva no Tocantins, Goiás e São Paulo.

A PF apurou que a organização criminosa caçava os animais na Bahia, Tocantins e Pará, depois os vendia em Goiás e São Paulo. Suspeita-se que
grande parte das aves saía do Parque Nacional do Jalapão, uma unidade de conservação federal, conhecida por ser um refúgio natural de vida selvagem.

Os integrantes do grupo criminoso tinham tarefas distintas. Os Coletores, pessoas que residem próximas à natureza, retiravam os animais do meio ambiente, os Comerciantes faziam do comércio ilegal de aves seu meio de vida, e os Financiadores disponibilizavam os recursos para os
comerciantes praticarem o crime.

Uma ave recém-saída do habitat custava em torno dos R$ 65,00, depois eram vendidas por até R$ 2 mil (pássaros “especialistas” em canto). Durante as investigações, mais de 500 aves foram apreendidas. Muitas, ainda filhotes, eram transportadas em espaços sufocantes, para dificultar a fiscalização.

Há indícios de que a organização criminosa também promovia a falsificação de anilhas, os selos de identificação dos animais, e promoviam a venda para o exterior.

Os integrantes da organização criminosa serão indiciados pela prática dos crimes de receptação qualificada (art. 180, §1o, do Código Penal), associação criminosa (art. 288 do Código Penal), falsificação de selo público federal (art. 296 do Código Penal), caça, maus tratos e comércio interestadual de animais silvestres (arts. 29 e 32 da Lei 9.605/98) e organização criminosa (art. 2o da Lei 12850/2013). As penas somadas podem ultrapassar 15 anos de prisão.