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Estado

Foto: Divulgação

A XIX Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios teve abertura oficial nesta terça-feira, 10, no Centro Internacional de Convenções do Brasil – CICB, na capital Federal. Os desafios de final de mandatos compuseram o tema principal do evento, organizado pela Confederação Nacional de Municípios – CNM. Além da prestação de contas final das gestões, o processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, em tramitação no Senado Federal, foi citado nos discursos das autoridades que abriram a cerimônia. A Marcha teve mais de quatro mil inscritos, segundo a CNM.  

A presidente Dilma Rousseff não compareceu ao evento. O Senado Federal foi representado pela senadora Ana Amélia, enquanto a Câmara dos Deputados teve a representação do deputado Federal Cláudio Cajado. O Tribunal de Contas da União – TCU foi representado pelo ministro Augusto Nardes e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB pelo presidente Cláudio Pacheco Prates Lamachia.

Colapso

O anfitrião do evento e presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, apresentou discurso pessimista durante a abertura, ao observar a crise financeira, atrelada à crise política. “Os Municípios não estão em crise, já entraram em colapso, pois estão no caos. Eu não conheço nenhum que não esteja, em um ponto ou em outro, no vermelho”, disse o líder municipalista, ao agradecer a participação de milhares de prefeitos e gestores municipais, além das lideranças convidadas. Ziulkoski ressaltou ainda os desafios do final de mandato e as projeções para os próximos meses.

Representou a região norte

O presidente da Associação Tocantinense de Municípios – ATM e prefeito de Brasilândia do Tocantins, João Emídio de Miranda, foi convidado pela diretoria da CNM para discursar em nome de todos os Municípios da região Norte. “Nós temos realidades distintas das demais regiões do Brasil, com problemas relacionados ao repasse dos recursos da Saúde e do Transporte Escolar, sem contar no financiamento da segurança pública feito pelas prefeituras. Vamos apresentar ao conselho político da CNM as demandas dessa região, para que sejam encabeçadas lutas direcionadas ao desenvolvimento do Norte brasileiro”, disse.

Senado e Câmara

A senadora Ana Amélia ressaltou em seu discurso que crise nos Municípios antecede as crises existentes no País. “Eu vejo dos dois lados a crise da federação, que é tão grave quanto à crise política, institucional e econômica. Por que houve realmente uma falência do sistema e não estão dando conta da dimensão da importância da implementação de um justo pacto federativo”, disse a parlamentar.

Por sua vez, o deputado Federal Cláudio Cajado, teceu elogios ao maior evento municipalista da América Latina. “Mesmo diante da maior crise da República Federativa do Brasil os prefeitos comparecem em massa e lotam este auditório. Isso demonstra que a Marcha a Brasília representa a maior reivindicação do movimento municipalista, e a pauta aqui discutida deve ser observada, debatida e apresentada no Legislativo Nacional”, disse.

Tocantins

Cerca de 200 pessoas do Estado do Tocantins compareceram na Marcha. Desse número, 64 são prefeitos, sendo que o restante corresponde à vereadores, vice-prefeitos, secretários municipais e demais agentes municipalistas. A abertura do evento foi prestigiada pelos deputados federais do Tocantins, Josi Nunes e Vicentinho Junior.

Programação

Os participantes da Marcha observam ainda o panorama e contextualização do momento crítico do movimento municipalista: restos a pagar, repasse de transferências constitucionais e voluntárias nas áreas de saúde e educação e outros, apresentados pelos técnicos da CNM. Além disso, o evento apresenta os impactos negativos em razão da crise no cenário econômico, com reflexos diretos na gestão municipal, e alternativas para superar as dificuldades do encerramento de mandato.