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Cultura

Foto: Flaviana OX - Lamira

Como você busca a sua identidade? Você conhece os monstros que existem dentro dos seus instintos? Até que ponto você consegue controlar a sua ira? Esses são questionamentos que o “Olhai por Nós”, novo espetáculo da Lamira Artes Cênicas proporciona ao público. A montagem, que faz parte da comemoração dos seis anos da Cia, no Tocantins e foi estreada no final de 2015, em Palmas, terá sua estreia popular no domingo, 3, a partir das 20h, no Teatro Sesc Palmas.

A peça teatral ficará em cartaz, sempre às 20h, também nos dias 04 (segunda-feira) e 05 (terça-feira). Os ingressos serão vendidos a preços populares: R$ 10,00 (meia-entrada) e R$  20,00 (inteira)

A montagem vai ser encenada durante o Maturando, que é também uma comemoração dos seis anos da Cia no Tocantins, o qual foi aberto no ultimo dia 30. O projeto tem como proposta mostrar um pouco do universo do grupo, que em todo esse tempo vem trabalhando para disseminar sua arte no Tocantins e no Brasil. A programação, recheada de novidades culturais, contou com a exibição de um documentário sobre o processo de criação do “Olhai Por Nós”, lançamento de um livro com fotos sobre a trajetória do grupo profissional, uma Instalação e ainda temporada com apresentações de quatro montagens da Cia.

O Maturando, será realizado até 15 de julho, no Teatro Sesc Palmas, foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014.

Espetáculo

Com a proposta de levar uma reflexão sobre a crença humana, o novo espetáculo tem uma linguagem envolvida pela dança e o teatro. Através dela, os artistas pretendem despertar um olhar curioso sobre a esperança e a forma que o ser humano busca isso no cotidiano. “O espetáculo é diferente dos outros que já fizemos porque traz uma linguagem mais reflexiva, que aborda determinadas questões humanas, como: desejos, falhas e excessos”, comentou a diretora geral da Lamira, Carolina Galgane.

O espetáculo, estreado por quatro artistas, faz referência às diversas religiões, como o catolicismo e o hinduísmo. A história, que ao mesmo tempo envolve a força das crenças, também utiliza a sutileza da fé como ponto de partida. No meio de tudo isso a dança como expressão principal. A narrativa também convida o público a refletir sobre o verdadeiro “eu” e sobre os caminhos que movem o ser humano através da esperança.

Durante o espetáculo é utilizada como parte do cenário uma tela, que representa diversas simbologias, a interpretação é subjetiva e parte do ponto de vista de cada um. “Pode significar à reencarnação, o inferno ou um momento para se descobrir. É como se ela segurasse os monstros que estão de você. É como se ela estivesse dentro de você, um mergulho no próprio eu. Quando você mergulha dentro de si é preciso ter um artificio de proteção, o que vai depender de cada um, a reza, um amuleto, a música, cada pessoa tem isso de uma forma particular”, comentou o diretor artístico da Cia. João Vicente.

À medida que a história vai sendo contada, os artistas usam como referência as virtudes e não virtudes humanas e até que ponto isso é controlado dentro de cada um. A montagem tem como ponto forte o momento que os personagens fazem essa descoberta de um mundo construído dentro do próprio imaginário.

Ao mesmo tempo em que os bailarinos mostram a determinação nessa busca, eles também levam a delicadeza da fé aos espectadores, como se o mal e o bem estivessem em duelo a todo momento e cabe a cada um ter esse controle.

O espetáculo é embalado por sons de diversos instrumentos típicos de outros países, como Angola, Austrália e Timbéria. Também tem no repertório cantigas que lembram às romarias do nordeste.

No final do espetáculo, os artistas trocam de lugar simbolizando um recomeço, o que representa também novos desafios e uma chance de buscar um caminho diferente, como se fosse um renascimento, o que para os budistas é chamado de samsãra.

Segundo o diretor artístico a montagem é uma forma de buscar as percepções interiores. “Aqui percebemos que as pessoas são bastante ligadas à religiosidade e nós pensamos em criar um espetáculo que abordasse essa temática, já que ela é bastante rica, inclusive na atualidade contemporânea”.

A peça teatral, com classificação livre, tem uma hora de duração e conta com a participação de 26 pessoas, entre bailarinos, equipe técnica e diretores. A montagem, que também é uma comemoração aos cinco anos da Lamira, traz no currículo a participação de uma das maiores atrizes do teatro nacional, Fernanda Vianna, do grupo Galpão, de Minas Gerais. Além do Diretor Musical Marco França de Natal/RN e a Direção de Formas Animadas Vinícuis Della Líbera de São Paulo/SP.

LAMIRA ARTES CÊNICAS

A Lamira é um grupo de Artes Cênicas de Palmas-TO. A Cia completou, agora em 2016, seis anos de existência e de atuação constante no Estado e em outros lugares do país. O grupo busca na dança, teatro e arte circense, o ponto de interseção entre as várias linguagens das artes cênicas como ferramenta de composição e criação. Suas produções partem da interação entre coreógrafos, diretores, artistas visuais e pesquisadores das mais diversas áreas. A intenção da Cia é fomentar, fortalecer e desenvolver as Artes Cênicas como linguagem cultural.