A Justiça acatou as teses de acusação do Ministério Público Estadual (MPE) e condenou, nessa quinta-feira, 16, a advogada criminalista Elza da Silva Leite, de Araguaína, pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação para o tráfico, praticados entre os anos de 2014 e 2016. A ré foi condenada a 18 anos de prisão em regime inicialmente fechado.
Por associação para o tráfico, ficou comprovado que a advogada movimentava contas bancárias de dois detentos da Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota, viabilizando operações de compra, venda e distribuição de entorpecentes. Segundo foi apurado, a Elza da Silva realizava frequentes saques e transferências bancárias em favor de esposas e companheiras dos detentos e de outros comparsas.
Já o crime da lavagem de dinheiro consistiu na venda de moeda estrangeira (dólar, euro, pesos argentinos etc) proveniente do roubo a uma casa de câmbio localizada no município de Anápolis (GO). Elza da Silva Leite negociou o dinheiro em Araguaína, trocando-o por por moeda brasileira em diversas negociações e ficando com parte do valor auferido. Um dos praticantes do roubo afirmou, em depoimento, que a advogada tinha conhecimento da origem ilícita do dinheiro.
O crime da falsidade ideológica, por sua vez, consistiu na falsificação de certidões de união estável para que mulheres pudessem frequentar o presídio Barra da Grota sob a justificativa de visitarem seus companheiros, quando, na realidade, tinham por finalidade realizar programas sexuais ou ingressar com drogas na unidade prisional. Nas falsificações, a advogada utilizava o nome de sua mãe e de sua cunhada como testemunhas. Por cada documento, era cobrado valor aproximado de R$ 150,00. Chamou a atenção da direção do presídio a quantidade incomum de certidões apresentadas pela advogada em favor de um determinado número de reeducandos.
A ação penal contra a advogada foi proposta pelo Promotor de Justiça Tarso Rizo Oliveira Ribeiro, com base em inquérito policial da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic). Interceptações telefônicas e depoimentos subsidiaram as investigações.
A sentença com a condenação a advogada Elza da Silva Leite foi proferida pelo juiz Antônio Dantas, da 2ª Vara criminal de Araguaína.
A ré encontra-se em prisão provisória há quase nove meses, desde 21 de junho de 2016.