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Campo

Foto: Lenito Abreu

Foto: Lenito Abreu

A Agência de Defesa Agropecuária registrou caso de mormo, doença infectocontagiosa, em um animal de uma propriedade rural, localizada no município de Palmeirante, região norte do Tocantins, no dia 17 de agosto. Todas as medidas de contenção do foco foram tomadas. A propriedade foi interditada, o animal doente foi sacrificado e realizado coleta de amostras dos demais equídeos do plantel e de uma propriedade vizinha, considerada vínculo epidemiológico. Com isso, quaisquer aglomerações de equídeos no município estão suspensas até a conclusão do saneamento da propriedade foco.

O saneamento consiste na realização de dois exames sucessivos de todo o plantel, com intervalos entre 45 e 90 dias, desde que os resultados sejam negativos. Além disso, está sendo feito investigações epidemiológicas para levantar possíveis contatos e eventuais ocorrências de novos casos. “Todo o trabalho é para impedir a disseminação da doença, preservar a saúde animal e do homem”, disse o Responsável pelo programa estadual de sanidade dos equídeos, Raydleno Mateus Tavares.

Os municípios vizinhos: Colinas do Tocantins, Nova Olinda, Tupiratins e Brasilândia, só serão autorizados à realização de eventos fechados com aglomeração de equídeos mediante cadastro e aprovação na Adapec. “Após uma investigação epidemiológica foi levado em consideração à extensão territorial do município de Palmeirante, e também a localização da propriedade foco que está localizada numa área de cultivo de soja, sem a presença de demais equídeos. Com isso, somente quatro cidades até o momento foram envolvidas nas ações, até que a situação seja resolvida”, afirmou a diretora de defesa, sanidade e inspeção animal, Regina Barbosa.

O trânsito irregular pode ser um dos meios que favorece a disseminação da doença, pela falta de comprovação de exames. “Durante as palestras e visitas técnicas sempre alertamos para que o fazendeiro só deixe ingressar na sua propriedade animais com exames negativos e dentro do prazo de validade”, explicou Raydleno Tavares complementando que a Agência está presente em todos os municípios do Estado para auxiliar a agropecuária do Tocantins e que toda suspeita de mormo deve ser imediatamente notificada à Adapec. 

Não há vacina e nem tratamento eficaz para o mormo, o único método previsto na Instrução Normativa nº 24 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é o sacrifício do animal positivo. “Desde que surgiu o primeiro caso no Estado, em junho de 2015, a Agência vem realizando um trabalho minucioso para conter a doença, porém, precisamos que todos os setores da agropecuária colaborem para contenção da enfermidade, com exigência de exames dos animais”, ressaltou o presidente da Adapec, Humberto Camelo.

Dados

Em 2015 foram registrados 16 casos de mormo em Formoso do Araguaia. Durante o ano de 2016 foram oito casos em Formoso Araguaia, cinco em Sandolândia e três em Cariri.  Já este ano até o momento, foram registrados três casos em Formoso do Araguaia, um em Cariri do Tocantins e este último em Palmeirante. Desde 2015 já foram realizados 2.166 exames para diagnósticos da enfermidade.

Mormo

O mormo é uma doença infecciosa causada por bactéria que acomete principalmente os equídeos (asininos, equinos e muares). Nos equídeos, os principais sintomas são nódulos nas narinas, corrimento purulento, pneumonia, febre e emagrecimento. Existe ainda a forma latente na qual os animais não apresentam sintomas, mas possuem a enfermidade.

Já o ser humano, normalmente é infectado pelo contato com animais doentes, os principais sintomas são febre, com pústulas cutâneas, edema de septo nasal, pneumonia e abscessos e, diversas partes do corpo. É uma zoonose de difícil tratamento, quase sempre fatal.