A praga Amaranthus palmeri, um tipo de caruru que preocupa agricultores e pesquisadores, está sendo discutida em reunião técnica promovida pela Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) para cerca de 60 inspetores de defesa agropecuária da área vegetal da Adapec, entre os dias 18 e 20 de setembro, em Palmas. No Tocantins, não há incidência da praga, porém, há registros da sua presença em algumas regiões do estado do Mato Grosso.
De outubro de 2016 a julho de 2017, a Agência realizou 1.837 monitoramentos para inspecionar o Amarantus palmeri nas grandes culturas, milho, soja, algodão e arroz, mas não houve incidência da praga. “O objetivo da reunião é aprimorar o conhecimento técnico dos profissionais, possibilitando mais qualidade ao monitoramento das grandes culturas, para prevenção e caso necessário a erradicação da planta de forma ágil e eficaz, evitando grandes prejuízos”, disse o presidente da Adapec, Humberto Camelo.
O palestrante e auditor fiscal da Superintendência Federal da Agricultura de Mato Grosso, Omar Roberto da Silveira, considerou louvável a iniciativa do Tocantins de está se preparando para impedir que o Amarantus palmeri chegue ao seu território. “É uma atitude digna de louvor, pois uma vez adotada as medidas preventivas que estão sendo ensinadas dificilmente a praga chegará aqui. Uma das principais medidas recomendadas é a exigência de limpeza de máquinas e implementos agrícolas que adentram o Estado, por ser a principal via de disseminação do Amarantus palmeri”, explica.
O responsável técnico do Programa de Grandes Culturas da Adapec, Cleovan Barbosa disse que os produtores rurais devem estar conscientes para não trazerem essas máquinas usadas, sobretudo de Mato Grosso, onde a praga já existe, ou de outros países. “Os produtores devem ficar atentos, pois seriam os principais prejudicados, afinal, mesmo fazendo uma limpeza criteriosa nos equipamentos, ainda existe a possibilidade da semente, que mede um milímetro, está presente nos compartimentos internos da máquina”, alertou Cleovan.
Em 2014, esta foi a principal praga que atingiu lavouras nos Estados Unidos, sendo que a introdução da mesma pode causar prejuízos de até 79% na cultura da soja. Segundo Omar Roberto, o Amarantus palmeri não é praga simples de erradicar, podendo chegar a um custo de R$ 60,00 por hectare. “É uma praga muito resistente aos herbicidas usados no campo, o controle químico só funciona na fase inicial, na fase adulta somente é possível com enxada, o que seria praticamente inviável pela extensão territorial das lavouras”, pontuou.
Durante a palestra foi apresentado de forma minuciosa as principais características da praga, formas de contaminação, prevenção, entre outros. “É enriquecedor aprender sobre essa nova praga, que pode causar grandes danos às lavouras. Com os conhecimentos adquiridos estaremos muito bem preparados para identificar e maior chance de controlar, caso seja preciso”, destaca o inspetor de defesa agropecuária da Adapec, José Carlos Dias dos Reis.