A hanseníase se tornou um grande problema de saúde pública. Só em 2017, o Tocantins apresentou um total de 1.411 casos diagnosticados, sendo 1.144 casos novos. Para atender pacientes de vários municípios no Tocantins, a Secretaria de Estado da Saúde realizou nesta semana, um mutirão de consultas ambulatoriais no Ambulatório de Especialidades com profissionais da equipe do serviço de dermatologia da Unidade. No total foram atendidos cerca de 41 pacientes, com complicações consequentes da hanseníase que foram enviados dos municípios para o Hospital Geral de Palmas. A ação integra a programação do Janeiro Roxo.
Durante as consultas a equipe médica avalia o paciente, que passa por exames e recebe a indicação do tipo de tratamento adequado, procedimento cirúrgico, além de esclarecimentos de dúvidas. Quem aproveitou a ação foi a agente comunitária de saúde de Marianópolis, Vilma Gomes dos Santos. “Quanto mais cedo nós buscarmos o tratamento, mais cedo ficaremos sarados. Graças à Deus fui encaminhada e deu tudo certo. Deixo um recado as pessoas, que observem as dores nos cotovelos, manchas, perda de sensibilidade, dores de cabeça, a doença demora aparecer, por isso a importância de ficar atendo aos sinais”, ressaltou.
Conforme a médica e coordenadora do setor de dermatologia do HGP, Ediane Aguiar, o serviço conta profissionais qualificados a nível nacional. “Nosso serviço conta com médicos que possuem capacitação em hanseníase para melhor atender os pacientes com complicações de difícil manejo, as quais a Unidades básicas de saúde tiveram dificuldades de conduzir o caso. O paciente é avaliado como um todo, onde será investigando o porquê das suas complicações e se o tratamento irá ser somente clínico e/ou cirúrgico”, disse.
Ediane ressaltou ainda que o diagnóstico é imprescindível para conter a cadeia de transmissão da doença. “O que é mais importante é fazer a busca ativa dos contatos e possíveis doentes sem tratamento para evitar que a cadeia de transmissão se mantenha, fazendo com que esse paciente mantenha suas complicações. Nosso desafio é buscar o diagnóstico precoce evitando dessa forma sequelas muitas vezes irreversíveis e abolir o preconceito e a exclusão ”, concluiu.
Alerta
De acordo com o médico dermatologista do HGP, Tarciso da Silva, a Hanseníase se manifesta de diversas formas. “A mais comum é por meio de manchas (claras, avermelhadas ou acastanhadas e podem ou não vir acompanhadas de dormência), perda de pelo, diminuição da sudorese (suor). O paciente pode ter nódulos, feridas ou simplesmente área dormente associado a algum outro sintoma, como dor nas pernas, braços, câimbra”, explicou. O especialista ainda alerta que existe um grande número de paciente que não apresenta sintoma algum, principalmente nos sintomas mais graves da hanseníase. “O paciente às vezes tem um aspecto até bonito e sem manchas. A hanseníase na maioria das vezes não dói, e a pessoa não procura o profissional. A doença não tratada precocemente, os sintomas vão aumentando”, destacou.