O Governo do Tocantins realizou nesta quinta-feira, 25, uma coletiva de imprensa, no Palácio Araguaia com a presença do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Jaizon Veras Barbosa, e do secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Ubaldo Monteiro, para tratar sobre a morte do sargento da PM, Gustavo Teles, ocorrida na segunda-feira, 22, em Gurupi.
Os representantes da área da Segurança Pública do Tocantins afirmaram não haver disputas nem desentendimentos entre as polícias e desmentiram boatos espalhados por pessoas que estão de fora da investigação. “Permanecemos unidos. Tanto nós da Polícia Militar, quanto a Polícia Civil continuaremos trabalhando juntos em prol da segurança do cidadão e das instituições do nosso Estado. Inclusive, já neste fim de semana atuaremos juntos durante a eleição”, disse o comandante-geral da PM.
Já o secretário da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), Fernando Ubaldo Monteiro, afirmou que todo o ocorrido está sendo investigado e que quando os resultados estiverem prontos, o Governo tomará as providências cabíveis. “Não podemos nos precipitar quanto aos fatos. É necessário que tudo o que ocorreu seja esclarecido para que possamos tomar as providências necessárias”, garantiu.
Além dos representantes da PM e SSP, estiveram presentes na reunião o secretário-chefe da Casa Civil, Rolf Vidal, o secretário-chefe da Casa Militar, tenente coronel Júlio Manoel da Silva Neto, além do secretário de Estado da Comunicação Social, João Neto.
Entenda o Caso
Uma ação de policiais civis que estavam de plantão em Gurupi, na noite de segunda-feira, 22, culminou no flagrante de dois policiais militares, resultando na prisão do 2º Sgt PM Edson Vieira Fernandes e morte do 3º Sgt PM Gustavo Teles.
A Polícia Civil da Central de Atendimento local (Flagrantes) foi acionada na noite de segunda-feira após a notícia de um crime de homicídio e outras tentativas de homicídio em Gurupi-TO. Imediatamente iniciou-se a identificação e captura dos autores dos delitos que, conforme relato, teriam sido cometidos por dois indivíduos em uma motocicleta.
Segundo Sindicato dos Delegados de Polícia
Civil do Estado do Tocantins (SINDEPOL/TO), em viatura caracterizada e giroflex ligado, a equipe da Polícia
Civil, chefiada por um delegado, ouviu disparos de armas de fogo contra uma
segunda vítima que foi executada, avistou dois homens em uma motocicleta e
iniciou perseguição. O condutor da motocicleta perdeu o controle e caiu, momento
em que os policiais civis fizeram a abordagem e Gustavo Teles teria, segundo o
Sindepol, reagidoà
abordagem, obrigando aos policiais civis a uma ação de neutralização, com
disparo de arma de fogo. O sargento foi socorrido e levado a uma unidade de saúde,
mas não resistiu.
Em seguida, o sargento Edson Vieira teria identificado a si mesmo e ao colega como policiais militares, confessando participação nos crimes ocorridos durante a noite, segundo o Sindepol. Na oportunidade foram apreendidas três armas de fogo e a placa da moto em que estavam tinha procedência duvidosa.
O sargento Gustavo Teles, era integrante da Companhia Independente de Operações Especiais e o sargento Edson Vieira, do Pelotão de Comando e Serviços do 4° Batalhão da Polícia Militar.
As armas apreendidas em poder dos policiais militares foram submetidas à perícia de confronto balístico, tendo ficado confirmado que um revólver calibre 38 apreendido foi utilizado nos homicídios que estavam sendo alvo de investigação da equipe de plantão da Polícia Civil.
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil foi acionada para instaurar procedimento investigatório, visando a análise da adequação técnica e legal da abordagem policial.
Segundo o Sindepol a ação da equipe de plantão da Polícia Civil foi legítima e buscava a identificação e prisão dos autores de crimes contra a vida e o resultado morte de um dos envolvidos foi fato alheio à vontade dos policiais civis.
Grupo de Extermínio
Durante a entrevista coletiva, a cúpula da Segurança Pública do Estado também negou que haja um grupo de extermínio agindo em Gurupi.