Começa nesta quarta-feira, 3, o Festival de Circo de Taquaruçu, com o espetáculo “Palhaço de La Mancha”, no Circo Os Kaco, às 18h. O espetáculo da companhia manauara, Cacompanhia de Artes Cênicas une o universo literário de Dom Quixote com a espontaneidade da palhaçaria, mesclando a loucura do personagem do livro com a loucura do palhaço.
Às 20h o Grupo TaquaruCirco se apresenta com o espetáculo IntervenCIRCO. Os jovens artistas locais formado pelos Circo Os Kaco, serão responsáveis pela abertura oficial do Festival e por celebrar os 10 anos do Circo os Kaco.
E a primeira noite termina com show de Allan Giller Branco, o paranaense se apresenta às 21h30, no Circo os Kaco. A entrada é livre e a contribuição do público poderá ser feita através do tradicional chapéu dos artistas. Mais sobre o "Palhaço de la Mancha" O Palhaço de La Mancha é o projeto mais recente e absolutamente desafiador da Cacompanhia de Artes Cênicas que busca unir o universo literário de Dom Quixote com a espontaneidade da palhaçaria. A Montagem traz quatro palhaços andantes que decidem se aventurar nas histórias do Cavaleiro da Triste Figura, a trupe que anda com uma carroça cheia de cacarecos remonta seletas histórias e sagas do herói torto da Mancha. A montagem se deu no primeiro semestre de 2018 com trilha original composta por Yago Reis e atuação de Klindson Cruz, Fernanda Seixas e Jean Palladino.
A montagem é dirigida por Jhon Weiner de Castro (MG), natural de Ouro Preto e professor da Universidade do Estado do Amazonas. O Convite surgiu em 2017, quando Jean Palladino, que assina a adaptação, já rabiscava as ideias de um espetáculo que mesclasse a loucura de Dom Quixote com a loucura do palhaço. A livre adaptação é assinada por Jean Palladino que deu base para a encenação de Jhon Weiner de Castro cujo trabalho se concentra no Teatro de Rua, linguagem que a Cacompanhia vem adotando em suas produções.
O espetáculo trabalha os aspectos simbólicos presentes na proposta que une a excentricidade do clown e a poesia presente na obra de Cervantes, os elementos cênicos estimulam a ludicidade do público que viaja com os palhaços nessa contação de história. Os elementos visuais do espetáculo tiveram concepção coletiva e partiram de uma imagem que se apresentou em meio ao processo criativo, que era a morte de Dom Quixote ao pôr do sol, como se a noite viesse a razão e com ela uma escuridão inquietante que o levaria desse mundo são. A partir disso, a paleta de cores se concentravam em vermelho, amarelo e laranja e suas diversas tonalidades. Assinam a concepção de figurino Dione Maciel e adereços de Paulo Tiago e Francine Marie, a cenografia fica por conta de Jhon Weiner e Klindson Cruz.
O espetáculo nos aponta um caminho, uma aventura contra os moinhos desse fazer teatral na cidade, é indo a rua que nos colocamos em fronte de batalha, considerando a conjuntura política do país que necessita cada vez mais que vozes sejam escutadas, indo ao encontro do público que esvazia constantemente as salas de espetáculos. Neste processo cada palhaço e palhaça elegeu uma aventura do engenhoso fidalgo para encenar, assim dando a direção olhares multifacetados da obra, almejando encontrar uma similaridade entre os arquétipos dos personagens principais com as características de cada palhaço e palhaça.
A Cacompanhia se dedica a espetáculos de rua numa postura política, criando mecanismos de acesso ao ir até o público para popularizar esta arte tão necessária saindo da comodidade das salas de espetáculo e provocando-se como fazedor teatral e como formador de plateia. Nada mais necessário que levar Cervantes em tempos tão delicados politicamente, economicamente e socialmente, quando a cultura vai mal o país vai mal e é o papel do artista ir para esse enfrentamento como Dom Quixote vai em busca do seu ideal de mundo. É com esse intuito que a Cacompanhia vem produzindo trabalhos na rua, o que nos trouxe a necessidade de um olhar mais experiente desse universo para levantar as estruturas desta aventura quixotenana.