O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda divulgado nesta sexta-feira, 12, aponta em junho a primeira deflação desde novembro de 2018 para as classes de renda mais baixa (-0,03), devido principalmente à queda de preços de alimentos e bebidas. Ficaram mais baratos itens importantes como cereais (-4,5%), frutas (-6,1%) e massas e farinhas (-0,75%).
Ainda que em menor proporção, os recuos nas tarifas de energia elétrica (-1,1%), do gás de botijão (-0,48%) e da gasolina (-2,0%) também impactaram favoravelmente a inflação das classes de menor renda e anularam até as altas dos preços dos aluguéis (0,38%), das tarifas de água e esgoto (1,6%) e ônibus urbano (0,39%). Em contrapartida, a alta de 1,5% nos preços dos artigos de higiene pessoal impediu uma deflação mais expressiva para as famílias mais pobres.
Embora pelo 3º mês consecutivo tenha ocorrido desaceleração no ritmo de crescimento dos preços para todas as classes, as famílias mais ricas ainda registraram variação positiva de preços (0,03%). A deflação dos alimentos impactou menos os segmentos de renda mais alta, devido ao peso relativamente menor desse grupo na cesta de consumo dessas famílias. Por outro lado, a queda nos preços dos combustíveis gerou um alívio inflacionário muito maior nas faixas de renda mais alta e compensou o aumento de 18,9% nas passagens aéreas.
A inflação em junho para as classes mais ricas também foi impactada pela alta dos artigos de higiene pessoal, pelo reajuste de 0,8% dos planos de saúde, pelos aumentos de 7,3% do gás encanado, de 0,47% do condomínio, de 0,28% dos serviços pessoais e de 0,5% dos itens de vestuário.
Ainda que a diferença entre as classes esteja se reduzindo ao longo dos últimos meses, no acumulado do ano a inflação da faixa de menor poder aquisitivo (2,38%) ainda se mantém acima da registrada no segmento de renda mais elevada (2,27%). Já no acumulado em 12 meses, houve uma expressiva desaceleração da inflação em todos os segmentos.
Acesse a íntegra do indicador no blog da Carta de Conjuntura