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Campo

Foto: Divulgação

Técnicos da Equipe 6 do Rally da Pecuária 2019, maior expedição técnica privada sobre a pecuária bovina de corte no Brasil, visitam propriedades nas regiões de Palmas e Peixe a partir deste domingo,  18 de agosto, após avaliar áreas no Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Pará.

Os técnicos estão no Tocantins para coletar informações qualitativas por meio do contato direto com produtores e técnicos, e quantitativas, por meio de amostragem de pastos, índices zootécnicos, composição do rebanho, estimativa de confinamento, sistema de gestão e produção, permitindo uma avaliação das produções e realidades regionais. 

O dinamismo de transformação do Estado é destaque. A pecuária, que já chegou a ocupar 11,5 milhões de hectares em meados da década de 1990, hoje está em 7,2 milhões de hectares.  A agricultura ocupou 1,6 milhão de hectare sobre áreas de pastagens. 

No saldo entre conversão de Cerrado e perda de área por degradação, entre 1991 e 2018, a agropecuária do Tocantins reduziu a área em cerca de 2,5 milhões de hectares, que iniciaram o processo de regeneração natural. 

Mesmo com a redução de área, a pecuária continua avançando. No período, o rebanho aumentou de 5,1 para 8,75 milhões de cabeças, segundo dados da pesquisa pecuária municipal, do IBGE. O estado é o 11º no ranking brasileiro com 4,1% do rebanho brasileiro.  No abate e produção de carne, Tocantins responde por 3,3% do total fiscalizados nas esferas municipais, estadual e federal. 

Porém, nesta época do ano predomina o clima seco e sem chuva, característica do inverno na região, e o pasto sofre com a falta de umidade. De acordo com o Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos (Nemet/RH), da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), o período de estiagem no Tocantins deve seguir até a segunda quinzena de outubro este ano. O desafio para o produtor é manter o gado bem, mesmo com a pastagem mais seca. Por isso, nesse momento a oferta diminui e o preço da arroba do boi está mais valorizado. 

No acumulado entre janeiro a agosto, no Estado, os preços do boi em 2019 estão 8,5% mais altos em relação ao mesmo período de 2018. Na média Brasil, essa valorização é de 6,5%, de acordo com os mesmos critérios de comparação. 

A Athenagro, que organiza o Rally da Pecuária junto com a Agroconsult, destaca o nível de concentração entre o público da expedição. Enquanto na média do Brasil, a expedição encontrou 20% dos pecuaristas produzindo mais de 18 arrobas/hectare/ano, no Tocantins apenas 10% dos produtores entrevistados estavam acima dessa produtividade. Ainda assim, foram responsáveis por 39% do total das vendas. 

Há pelo menos quatro edições, a concentração dos produtores é um dos temas mais discutidos nos eventos do Rally da Pecuária. “Nosso objetivo é alertar os pecuaristas para que busquem se adaptar às tendências de mercado”, diz Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro e coordenador da expedição. 

De acordo com dados pré-Rally, estima-se que apenas 7% dos pecuaristas obtém algum lucro operacional na atividade, porém movimentam mais de 50% do rebanho brasileiro. Nessa situação, a tendência é que os produtores mais lucrativos cresçam em detrimento dos que estão em maior dificuldade para registrar bons resultados. “Os preços mais altos favorecem ainda mais essa concentração, visto que pecuaristas com escalas maiores de produção colherão melhores resultados por área em relação ao ano anterior. Os de baixa produtividade, por outro lado, ficarão praticamente na mesma situação”, reforça Nogueira. 

A Athenagro ainda avalia a tendência de iniciar um novo ciclo de concentração na indústria frigorífica. Com os preços pecuários em alta e o segmento do couro vivendo um momento delicado, os frigoríficos focados no consumo interno de carcaça terão mais dificuldades de operar. 

Nesse cenário, as equipes do Rally da Pecuária debaterão com pecuaristas e técnicos para levar informações de mercado, tendências observadas nas últimas edições e buscar informações do campo. Ao todo, ao longo do trajeto das 7 equipes, o Rally da Pecuária terá 8 eventos, além de 14 oficinas da produtividade, encontros e debates com produtores e técnicos ao longo do trajeto.  

Roteiro

A expedição técnica concentrará o roteiro em cerca de 50 mil quilômetros nas principais regiões pecuárias de 10 estados: Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Pará, Mato Grosso e Rondônia.

O início das atividades em campo foi no Rio Grande do Sul entre os dias 1 e 6 de julho, quando os técnicos da Equipe visitaram as regiões de Porto Alegre, Pelotas, Dom Pedrito, Alegrete e Santa Maria. A Equipe 2 esteve no Paraná entre os dias 7 e 8, nas regiões de Cascavel e Umuarama, seguindo então ao Mato Grosso do Sul, para avaliar as regiões de Caarapó e Jardim, concluindo a etapa em Campo Grande no dia 12.  A Equipe 3 passou por Cuiabá, Cáceres, Barra do Bugres, Mirassol D´Oeste, Pontes e Lacerda e Comodoro.  A Equipe 5 visitou Vilhena, Rolim de Moura, Ji-Paraná, Ariquemes e Porto Velho. 

Os técnicos da Equipe 6 visitarão também Goiás, chegando no dia 20 de agosto em São Miguel do Araguaia, Mozarlândia e Jussara, finalizando os trabalhos na capital, Goiânia, no dia 24. 

A Equipe 7 sairá de Goiânia no dia 2 de setembro, com destino a Minas Gerais, onde visitará áreas em Prata e Iturama. No dia 5, chegará a Barretos e concluirá as atividades de campo em Marília, no dia 6. Até o dia 12 de setembro, serão finalizadas as análises dos dados obtidos em campo.

O Rally da Pecuária é organizado pela Athenagro e pela Agroconsult e patrocinado por Corteva Agriscience, Ourofino Saúde Animal, Bellman Trouw Nutrition, Santander e Amarok / Volkswagen, com apoio do Webmotors, FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), ABIEC (Associação brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), JetBov e GTPS.

O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição poderão ser acompanhados pelo site www.rallydapecuaria.br