Como era de se esperar, o mês de dezembro, um dos meses mais aguardados pelo comércio foi avaliado em pesquisas com o crescimento em índices relacionados ao consumo, a confiança dos empresários e no endividamento, reflexo no aumento do consumo. As pesquisas realizadas mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e Fecomércio Tocantins permitiram fazer essa comparação com novembro de 2019 e dezembro de 2020.
Segundo a Fecomércio, como foi sentido nos últimos meses, a confiança do empresário do comércio está cada vez mais alta. Em dezembro, o índice geral chegou a 132,9 pontos, 32,9 pontos acima da fronteira entre a avaliação de insatisfação (abaixo de 100 pontos) e de satisfação dos empresários. Além disso a maior variação mensal sentida foi no que versa sobre as condições atuais da economia, setor de comércio e da própria empresa. Ao avaliarmos os dados comparando ao mês anterior, o crescimento é de 3%, já na comparação anual, o aumento chega a 6,6%.
Sobre a intenção do consumo das famílias de Palmas, o aumento não foi tão expressivo a considerar datas como Natal e a liberação do 13º salário, porém a maior variação positiva foi no item perspectiva de consumo, ou seja, o consumo para os próximos meses. O índice geral da pesquisa ficou em 100,3 pontos, um aumento de 0,6 pontos quando comparado a novembro e 3,2 pontos comparado a dezembro de 2018.
Já relacionado ao endividamento, houve um tímido acréscimo quando comparado a novembro de 0.5%, o que é explicado pela assessora econômica da Fecomércio, Fabiane Cappellesso: “O aumento no endividamento é bom para os empresários pois é resultado do aumento no consumo, se as pessoas estão se endividando mais, significa que estão comprando mais”. O crescimento no número de endividados com relação a 2018 foi de 2%. O cartão de crédito continua sendo o primeiro no ranking de tipos de dívidas.
Mas alguns porcentuais vindo de dezembro são preocupantes, sendo eles: o aumento dos endividados com contas em atraso (+0,7%) e dos que disseram não ter condições de quitar suas dívidas (0,3%). A economista alerta “é importante que os consumidores tenham cautela ao se endividarem, principalmente se atentarem ao que será comprometido da renda mensal com dívidas pois é aí que começam os problemas no equilíbrio financeiro fazendo com que esses índices tenham subido. Já esses aumentos não são bons nem para os empresários e nem para a economia de modo geral”, afirmou.
A média do tempo de atraso foi de 48,5 dias e do comprometimento de meses com as dívidas foi de 8,1 meses. Já o comprometimento médio da renda familiar com essas dívidas foi de 33,3%.
Para o presidente do Sistema Fecomércio, Itelvino Pisoni, esse balanço era esperado. “Nós sabemos que no mês de dezembro existe uma alta nas vendas e consequentemente, há um aquecimento da economia. Entretanto ainda estamos colhendo os resultados da crise econômica e política ocorrida nos últimos anos, por exemplo, muitas pessoas usaram o saque de seu FGTS e o 13º salário para o pagamento de dívidas, por isso pode ser que o índice de consumo não tenha sido tão alto. Mas de forma geral, o cenário foi bastante positivo para o comércio neste último mês de 2019”, disse.