Em 2020 o Festival de Circo de Taquaruçu (FCT) completa 7 anos de resistência e se reinventa para manter sua programação, que este ano acontece entre 1 e 5 de julho, completamente online. O evento, por onde já passaram mais de 500 artistas de diversos países, oferecendo programação para mais 40 mil pessoas ao longo de sua trajetória, agora explora diversos formatos para apresentações e ações formativas. “Está sendo um grande desafio encontrar alternativas para seguirmos celebrarmos a arte, a cultura e, ao mesmo tempo, preservar nossa saúde e contribuirmos, através do isolamento social, para a redução dos impactos da pandemia”, destacou Marcela Pultrini, diretora de produção.
Uma das marcas registradas do FCT são as varietéstemáticas: Noite da Palhaçaria, Noite do Fogo e a Noite de Gala. Tradicionalmente elas são como espetáculos coletivos criados durante o próprio festival a partir de números circenses selecionados previamente. Este ano a organização está selecionando números criados durante o isolamento social e enviados por vídeo e cada uma destas varietés será constituída como uma obra multimídia que irá estrear com um streaming de vídeo para o canal do festival no Youtube.
O festival está selecionando números circenses através de uma Chamada Criativa com inscrições online que vão até o dia 5 de junho. Segundo o diretor artístico do FCT, Kadu Oliviê, a programação contará ainda com outra experimentação, denominada Circonectados. Trata-se também de um espetáculo de variedades circenses, mas que, diferente das noites temáticas, as performances serão realizadas ao vivo tendo como plataforma a rede social Instagram. “Diferente de uma live como costumamos assistir, nessa varieté o público terá o perfil do Festival apenas como ponto de partida, e a apresentação dos números seguirão nos próprios perfis dos artistas selecionados. É uma maneira divertida de assistir aos espetáculos e ao mesmo tempo valorizar o perfil e a audiência de cada profissional que se apresentará”, destacou Oliviê.
Uma das novidades deste ano será a realização de 2 espetáculos realizados ao vivo em uma plataforma fechada, com venda de ingressos online. “Estamos aproveitando as inovações tecnológicas do mercado de eventos online e provocando as companhias e grupos circenses brasileiros para se reinventarem também e proporem obras originais ou adaptadas para serem realizadas ao vivo e de maneira remota”, comentou Aluísio Cavalcante, coordenador de comunicação e multimídia do Festival.
Outro legado do Festival de Circo de Taquaruçu é o seu papel na formação e qualificação técnica e artística para profissionais do circo, sobretudo para aqueles que vivem no Norte e Nordeste brasileiro. Na sua edição online também está mantida a programação formativa com oficinas circenses avançadas e para iniciantes, além de oficinas multiculturais, que abordarão temas alinhados com a Agenda 2030 e os Objetivos para Desenvolvimento Sustentável. As oficinas serão realizadas simultaneamente em várias plataformas. “Aquelas pessoas interessadas em ter maior interação com as instrutoras ou instrutores das oficinas, como por exemplo, conversar por vídeo para tirar dúvidas, poderão optar por participar através de uma sala virtual fechada, mas para isso terá que deixar uma colaboração em dinheiro. Mas ao mesmo tempo, quem quiser poderá acompanhar a oficina pelos canais sociais do festival para onde transmitiremos simultaneamente”, detalhou o coordenador de oficinas, Bruno Kalss. Essa programação de oficinas também está sendo montada através da Chamada Criativa.
Inovação e parcerias para sustentabilidade
Mesmo estando a um mês da sua realização o Festival de Circo de Taquaruçu busca parcerias, patrocinadores e outras formas de financiamento. “Este é o momento que talvez mais precisamos da arte e da cultura para superar os desafios emocionais e mentais impostos pelo isolamento social e também é o momento em que a cultura precisa de maior apoio, tanto do poder público, como das empresas como do público”, destacou a diretora de produção, completando ainda que este ano o festival está buscando várias para atrair o interesse de patrocinadores e também para substituir as tradicionais contribuições voluntárias através do “chapéu dos artistas”.
Além da bilheteria de dois espetáculos fechados e do chapéu virtual(contribuição voluntária do público através de depósitos e transferências bancárias), a produção do evento está em busca de empresas interessadas em expor suas marcas durante as transmissões da programação. “O Festival é um dos produtos culturais tocantinense com maior projeção e relevância nacional, e esperamos este ano impactar um público de aproximadamente 10 mil pessoas diretamente. Ou seja, uma excelente plataforma de divulgação para várias marcas do nosso estado”, completou a diretora.