O número de afogamentos no Estado do Tocantins aumentou cerca de 24% entre os meses de janeiro e julho de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Corpo de Bombeiros. Este ano já foram registrados 41 afogamentos desde janeiro até este domingo, 26; enquanto que em 2019 foram 33 ocorrências desse tipo de janeiro a julho, e 57 casos ao longo de todo o ano.
Neste último final de semana foram três ocorrências de afogamento, sendo uma no sábado, 25, no rio Murici, em Muricilândia e, no domingo, uma em Luzimangues, distrito de Porto Nacional e outra na sede do município.
O afogamento no distrito de Luzimangues aconteceu no Córrego Moia. De acordo com o Corpo de Bombeiros, Lucas de Sousa Alves tentava atravessar o córrego a nado quando afundou e não voltou mais à superfície. O corpo foi encontrado a cerca de 4 metros de profundidade. De acordo com relatos de testemunhas, a vítima havia ingerido bebida alcoólica antes de entrar na água.
Outros Afogamentos
Na semana passada, um jovem de 20 anos morreu afogado no Rio Formoso, em Lagoa da Confusão. Ele estava acampado com a família às margens do rio. A vítima não sabia nadar.
O mês de julho geralmente concentra o pico de casos de afogamento no Tocantins devido ao aumento no número de visitantes nas praias de água doce dos rios do estado. Neste mês, já ocorreram 7 mortes desse tipo no Tocantins.
As estatísticas dos Bombeiros mostram que a maioria das vítimas é homem, sabe nadar e assumiu algum comportamento de risco, como entrar na água alcoolizado, após se alimentar, nadar em locais de profundidade, longe da margem, entre outros.
Em 2019, 84% das vítimas fatais de afogamento era do sexo masculino e 19% crianças com menos de 12 anos. Dos 57 casos registrados no ano passado, 73% das vítimas sabia nadar; 44% estavam alcoolizadas; 50% se afogaram após se alimentar; 71% se arriscaram na correnteza; 30% em profundidade de mais de 2 metros; e 37% estavam a mais de 5 metros da margem do rio.
Já em 2020, de janeiro até o último fim de semana, dentre os 41 casos registrados, 83% eram homens; 72% sabiam nadar; 38% estavam alcoolizados; 24% se afogaram após a refeição; 63% se arriscaram na correnteza; 39% em profundidade de mais de 2 metros; e 48% estavam a mais de 5 metros da margem.
Outros dados
Acidentes com crianças, infelizmente, também são comuns. Em 2020, 18% das vítimas de afogamento tinham menos de 12 anos. Estar dentro de algum tipo de embarcação, como canoas, lanchas, voadeiras etc, também não é sinônimo de segurança. Segundo os Bombeiros, 25% das vítimas estavam embarcadas, por isso o uso de colete salva-vidas adequado para o tamanho e peso do tripulante é indispensável.
Os dados indicam ainda que 62% dos afogamentos aconteceram em rios; 63% em locais de correnteza; 17% das vítimas estavam acampadas; 22% assumiram comportamento de risco; 23% dos afogamentos aconteceram durante a noite; 14% eram epilépticos; e 13% tinham algum transtorno mental.
Para evitar fatalidades, os Bombeiros orientam a nunca entrar na água após ingerir bebida alcoólica, ou após se alimentar; só entrar em locais que tenham profundidade segura e não se afastar da margem; não descuidar de crianças e pessoas vulneráveis; e jamais trafegar em embarcações sem colete salva-vidas.