A coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça da Cidadania, Consumidor, Direitos Humanos e da Mulher (Caoccid), promotora de Justiça Isabelle Figueiredo, esteve na manhã desta terça-feira, 15, no Instituto de Criminalística na capital, para acompanhar a coleta de material genético de familiares de pessoas desaparecidas. A coleta faz parte da campanha nacional “Projeto de Coleta de DNA para Busca de Pessoas Desaparecidas” realizada pela Rede Integrada de Banco de Perfis Genéticos, da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, com o apoio dos 27 Estados que possuem laboratórios de Genética Forense.
Durante a visita, a promotora de justiça foi acompanhada pelo Gerente de Qualidade do Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística, Marciley Alves Bastos, que explicou a metodologia e as técnicas para a coleta do material. “A coleta é voluntária e, de preferência, com parentes de primeiro grau, ou seja, pai, mãe, filho, tios e tias, e caso não tenha mais ninguém, a gente opta por parentes mais distantes. O procedimento dura em média cinco minutos, com método indolor, no qual uma esponja é passada na bochecha da pessoa para pegar a célula da mucosa”, esclareceu.
Marciley também explicou que a partir da inserção de dados no banco de perfil genético, toda semana as informações são confrontadas, de modo que aumentam muito as chances de se encontrar a pessoa desaparecida, que eventualmente, esteja em hospital, na rua e até mesmo em IML. O material biológico é de uso exclusivo da campanha, sendo vedada a utilização deste para outros bancos de dados, a exemplo de banco de dados criminais.
A orientação é que os familiares de pessoas desaparecidas procurem um destes núcleos para a coleta do DNA, e que, se possível, levem objetos pessoais dos desaparecidos para auxiliar nas buscas. O período da campanha segue até o dia 18, no entanto, os núcleos continuarão coletando este material em período posterior Além da capital, foram montados pontos de coleta nos Núcleos de Medicina Legal de outros onze municípios.
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) é parceiro da iniciativa e tem empreendido esforços para efetivar o cadastro de desaparecidos no Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID) desenvolvido pelo Conselho Nacional do Ministério Público, sendo que a campanha vai possibilitar a alimentação do programa. “O MPTO conta com o PLID, programa alimentado pelas informações oriundas de familiares, e com o Sistema Nacional de Localização de Pessoas desaparecidas (Sinalid), que sistematiza e cruza informações provenientes de diversos órgãos", explicou a Isabelle Figueiredo.
Estatística
Segundo a promotora de Justiça, o Tocantins é o Estado da federação com menor índice de localização de pessoas, tendo sido registrados, nos últimos seis meses, 179 novos desaparecimentos, número que ela considera alto, indicando que devem ser desenvolvidas ações articuladas no sentido de alimentar o banco de dados.