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Polí­tica

Prefeito Aquiles da Areia discursa durante evento de obras de pavimentação em Araguatins

Prefeito Aquiles da Areia discursa durante evento de obras de pavimentação em Araguatins Foto: Divulgação/Prefeitura de Araguatins

Foto: Divulgação/Prefeitura de Araguatins Prefeito Aquiles da Areia discursa durante evento de obras de pavimentação em Araguatins Prefeito Aquiles da Areia discursa durante evento de obras de pavimentação em Araguatins

O prefeito de Araguatins, Aquiles Pereira Souza, popular Aquiles da Areia (PP), tentou justificar suas declarações a respeito da pandemia de covid-19 nesta última terça-feira, 15, no município. Aquiles disse que suas falas foram no sentido de chamar atenção de quem vai às praias mesmo durante a pandemia e que, ao contrário do que disse, ele mesmo não irá frequentar os atrativos turísticos da região nesta temporada.

“Quando eu disse ‘quem morreu, morreu, quem escapou, escapou’ foi no sentido de ir à praia. Se a pessoa tá sabendo que estamos em uma pandemia dessa, com pessoas morrendo, o que vai fazer na praia? Não tem como a gente proibir, se proíbe de um lado, o povo vai do outro. Não temos efetivo na cidade para coibir isso”, disse o gestor.

Aquiles da Areia disse ainda que não pretende decretar restrições no município, mesmo com o aumento preocupante dos casos de covid-19.  Araguatins é a 10ª cidade mais afetada pela pandemia no Tocantins.

Declarações

As declarações polêmicas do gestor foram feitas ontem durante um evento de lançamento de obras de pavimentação asfáltica em Araguatins.

“Com pandemia, sem pandemia, nós vamos 'pra riba'. Toda hora chega uma cobrança, ‘prefeito, baixa um lockdown'”, eu não vou baixar lockdown caramba nenhuma, rapaz, quem quiser que vá. Quem morreu, morreu, quem escapou, escapou”, declarou o prefeito durante o evento.

Aquiles continuou ao afirmar que ele próprio iria para o rio Araguaia nesta temporada. “Só se eu botar um muro de Berlim na beira do Araguaia todinho pro povo não ir para a praia. Isso eu não vou fazer. Quem quiser ir que vá, quem quiser ficar que fique. Eu, particularmente, vou. Vou à praia! Tenho 60 anos de beira de Araguaia, por que é que eu não vou?”, completou o prefeito.

Ao Conexão Tocantins, no entanto, Aquiles da Areia negou que pretenda ir à praia. “É cada um com sua consciência. Eu mesmo não vou. O que é que eu vou fazer em praia com pandemia?”, negou o prefeito.

Vice

O prefeito também recebeu críticas de sua vice, Elizabete Rocha (PSD), que foi às redes sociais para criticar o gestor com quem é rompida. 

“A falta de sensibilidade e cuidado do prefeito Aquiles com os araguatinenses, principalmente com as famílias que perderam seus entes queridos é estarrecedora. O prefeito é o líder maior do município, deve guiar seu povo pelos caminhos do bem e da vida. Não se trata apenas de fazer ou não lockdown. Trata-se de cuidar do povo araguatinense, de fiscalizar o cumprimento do decreto, de amparar as pessoas que não estão conseguindo trabalhar. Trata-se sobretudo de investir mais em saúde, mais leitos, mais remédios, mais médicos, salários em dia.... trata-se de não abandonar o opovo à própria sorte, fazendo escolhas que poderão levá-los à morte”, escreveu a vice-prefeita de Araguatins.

Casos

Atualmente, Araguatins tem 53 casos ativos de covid-19, de acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES). No município, foram confirmados 2.277 casos da doença desde o início da pandemia e 57 mortes devido ao novo coronovaírus.

Ministério Público

Acerca das declarações dadas pelo prefeito Aquiles da Areia, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) informa que, nesta quarta-feira, 16, encaminhou expediente ao gestor, lembrando da existência de um decreto municipal que veda a realização de aglomerações, como forma de prevenir o contágio da Covid-19. No documento, o promotor de Justiça Décio Gueirado ressalta que a liberação da praia para os usuários incentivará a frequência do público e, consequentemente, ferirá a própria norma da municipalidade, que tem validade até o dia 30 de junho. 

Diante da proximidade do fim da validade do decreto, o MPTO estuda a possibilidade de expedir nova recomendação ao município, para que as medidas sejam prorrogadas. O prazo para que o município responda o ofício é de dois dias. (Atualizada às 15 horas)