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Polí­tica

Foto: Divulgação

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia retoma suas atividades nesta semana, e a expectativa é que os trabalhos sejam concluídos até mesmo antes do prazo final, previsto para outubro.

Nesta terça-feira (3), a partir das 9h, a comissão ouve o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula, apontado por representantes da Davati Medical Supply como um "intermediador" entre o governo federal e empresas que ofertavam vacinas. A comissão também deverá dar prosseguimento ao exame de mais de 135 requerimentos.

Ao comentar a retomada dos trabalhos nas redes sociais, o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), destacou que a CPI da Pandemia conta agora com sete frentes de investigação, definidas durante o recesso parlamentar.

“Temos sete frentes [de investigação], ainda em plena apuração, que queremos incluir no relatório final para não deixar nenhuma ponta solta. Temos três meses de trabalhos pela frente, mas espero que consigamos terminar até antes disso. Todos juntos em busca de justiça por tantas vidas perdidas e outros tantos que ficaram com sequelas! Não tenham dúvidas que iremos aprofundar ainda mais os trabalhos. É o que sempre falo: não investigamos pessoas, investigamos fatos e os fatos chegam às pessoas”, publicou Omar Aziz no Twitter.

Em entrevista ao jornal O Globo, o vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), avaliou que os trabalhos da comissão deverão ser concluídos em setembro. O senador afirmou que não há dúvidas de que o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime de prevaricação no caso da tentativa de compra da vacina Covaxin. Randolfe, porém, ressaltou que a comissão quer avançar na nova etapa dos trabalhos para entender qual a motivação por trás desse episódio.

“Não será apenas uma autoridade que será acionada pelo relatório final da CPI. E eu quero lembrar que as autoridades têm o prazo de 30 dias para dizer quais são as providencias que tomaram a partir do relatório entregue, sob pena de serem responsabilizadas penal e criminalmente. Então, o poder de um relatório de uma CPI não pode simplesmente ser descartado. Em segundo lugar, acredito que a gente deve estruturar o relatório final em três grandes pontos: crime de lesa-humanidade, que vai para o tribunal penal internacional; crimes comuns, que vão para o Ministério Público Federal; e os crimes políticos, que deverão ir para a Câmara dos Deputados”, declarou Randolfe.

Em entrevista à TV Capixaba, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) classificou a CPI da Pandemia como um movimento “claramente político” visando às eleições de 2022, em que “candidatos a governador e a presidente são os que acabam criando narrativas”. Marcos do Val voltou a defender o governo federal e disse que “não se veem atos de corrupção ou tentativas de corrupção”.

O senador Marcos Rogério (DEM-RO), que também defende o governo Bolsonaro, fez críticas semelhantes à CPI da Pandemia.

“Está claro o jogo eleitoral que existe dentro da CPI! A oposição constrói narrativas a fim de desgastar o governo Bolsonaro e antecipar a campanha para 2022. Não é à toa que todos já sabemos que o parecer do relator está pronto desde o início”, publicou ele no Twitter. (Agência Senado)