Há dois anos, Luciana Costa Neves Baldan, que hoje anuncia seu negócio na MF Rural, abandonou o departamento comercial de uma grande rede de assistência médica para intermediar a compra e vendas de gado de corte e de leite, pegando carona em uma das atividades do agronegócio que mais cresce no Brasil e no mundo: a pecuária.
Se de um lado era pouca sua familiaridade com o setor, do outro não havia com o que se preocupar, já que o marido, Flávio Carlos Raphael Garcia, rodava o País em busca de boi magro para o confinamento onde trabalhava, em Campo Florido (MG).
Com a faca e o queijo na mão, bastava apenas fatiá-lo, ou melhor dizendo, escolher uma maneira de vender gado investindo pouco. Juntos, chegaram a uma solução interessante ao observar duas movimentações importantes no agronegócio: o processo de sucessão familiar iniciado no segmento e a conectividade cada vez mais próxima do homem do campo.
Concluíram, então, que a melhor maneira de abocanhar uma fatia dos mais de R$ 600 bilhões movimentados pela cadeia produtiva de carne de bovina seria reativar um site de vendas de gado criado por Flávio, em 2013, o Boi na Net. Desacreditada na época por muitos pecuaristas, a modalidade ganhou força nos últimos anos.
“Havia certa resistência em comprar gado apenas por fotos ou vídeos. Falar em compra de gado pela internet era quase uma chacota. Pecuaristas sempre preferiram visitar fazendas e olhar o gado de perto. Com a liderança dos mais jovens, este cenário vem se transformando aos poucos, por serem ávidos consumidores de tecnologia”, entende Garcia.
Nesses mais de 500 dias de pandemia do coronavírus, com o fechamento da economia em vários momentos, isso ficou mais evidente do que nunca. Carentes de feiras, exposições e leilões presenciais, a solução encontrada por muitos foi recorrer às plataformas online.
Aproveitando o relacionamento de Flávio, na época, ainda no confinamento, o negócio ganhou proporção com as primeiras vendas, basicamente para São Paulo e Rio de Janeiro. Confiando na intuição já percebida em grandes redes varejistas, o casal também decidiu apostar em uma plataforma de marketplace com tradição no agronegócio, a MF Rural. Uma curiosidade: o lançamento dessa plataforma ocorreu em 2004, antes mesmo das gigantes de tecnologia iniciarem suas operações no País.
“Foi uma decisão muito acertada. Além da oferta, construímos um vínculo de confiança com os nossos clientes, levando-os a futuras negociações. Hoje, 90% de nossa receita vêm dos anúncios de marketplace da MF Rural”, revela Luciana.
Em janeiro deste ano, um escritório da Boi na Net foi inaugurado pelo casal em Olímpia (SP). O negócio já proporcionou inúmeras conquistas ao casal e o sonho, agora, é se tornarem grandes referências nesse ramo de atuação.
Ultrapassando fronteiras
Em Laurentino (SC), o pecuarista Cristiano Antônio Ansini também soube aproveitar o alcance da plataforma de marketplace MF Rural para valorizar a pequena criação de gado Jersey mantida por sua família.
Cerca de 30% do faturamento da propriedade de 50 hectares vem diretamente da ordenha das vacas, o negócio principal é a comercialização de novilhas e matrizes da raça, que têm boa procura na região.
A primeira vez que anunciou em plataformas do gênero foi há dez anos, quando procurava novas formas de comercialização de animais. Na ocasião, se deparou com a MF Rural e decidiu experimentar seu alcance com o anúncio de um lote de 15 novilhas. “O que mais chamou a minha atenção foi o volume de interações em todo País, gente querendo mais informações do gado e do meu criatório”, relembra Ansini.
Daí para frente ele nunca mais parou. Assim como Luciana e Rafael, da Boi na Net, o criador de gado Jersey conseguiu expandir as fronteiras do fiel mercado conquistado no Sul para estados do Sudeste, Centro-Oeste e até mesmo Norte do País. “Eram tantas as demandas que sozinho eu não dava conta”, diz Ansini.
Foi quando decidiu convidar outros criadores para escalar oferta, sendo, inclusive, homenageado por suas contribuições sociais. Em uma negociação recente, vendeu 130 novilhas, em uma só tacada, para um criador de Rondônia, a mais de 2.600 quilômetros de distância.
Também foi eleito presidente do núcleo regional que cuida do registro genealógico da raça no entorno, assistindo um plantel estimado em 3 mil animais. Em seus anúncios faz questão em destacar os principais atributos do Jersey: alta concentração de sólidos totais no leite, porte mediano, resistência a doenças e adaptabilidade em temperaturas mais altas.