A Polícia Civil do Tocantins (PC-TO), por intermédio da 3ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (3ª DHPP), de Gurupi concluiu nesta terça-feira, 11, às investigações referentes a morte do jovem Yuri Nones da Silva, de 18 anos, fato ocorrido em uma distribuidora de bebidas, no setor Vila Nova, em Gurupi, no último dia 31 de dezembro de 2021.
Na ocasião, a vítima foi atingida com um único golpe de faca no momento em que tirava uma selfie. Conduzida pelo delegado regional de Gurupi, que também está à frente da 3ª DHPP, em razão das férias do titular da especializada, a investigação demonstrou que um adolescente de apenas 12 anos teria sido o responsável pela facada que ceifou a vida de Yuri.
“A vítima, juntamente com outros amigos e conhecidos estava confraternizando em uma distribuidora de bebidas, localizada no setor Vila Nova, quando por volta da 1h30, foi atingida na altura das costelas, por um golpe de faca, desferido por um adolescente que imediatamente saiu correndo do local após o fato que foi registrado por câmeras de monitoramento do estabelecimento comercial”, disse o delegado.
A vítima foi socorrida de imediato e levada ao Hospital Regional de Gurupi, onde passou por cirurgia, mas acabou morrendo no dia dois de janeiro de 2022. Logo após o crime, os policiais civis da 3ª DHPP iniciaram as diligências e investigações e conseguiram elucidar o crime. “Por meio das investigações conseguimos apurar que o ato infracional análogo a homicídio foi realizado em virtude de um desentendimento anterior entre a vítima Yuri e o adolescente, uma vez que a vítima, dias antes havia desferido um tapa no rosto do menor, o que desencadeou um espírito de vingança”, pontuou a autoridade policial.
Ainda segundo o delegado, no dia dos fatos, um casal, sendo um maior de idade e uma menor, estariam de posse da faca utilizada no ato infracional. “Apuramos que o instrumento do crime chegou às mãos do adolescente, o qual foi até a distribuidora de bebidas, onde se aproximou da vítima e no momento em que está ergueu o aparelho celular para tirar uma selfie, foi esfaqueada”, disse o delegado. Vale ressaltar que não se verificou nem participação e nem coautoria do casal que saiu com a faca, ou seja, sem ligação subjetiva com o executor do crime, e que estes responderão inicialmente por contravenção penal de porte de arma branca.
Com base nas investigações, o delegado Joadelson representou, junto à Vara da Infância e da Adolescência pela internação provisória do inimputável, pedido que foi deferido. “De posse da ordem judicial, passamos a diligenciar no sentido de localizar o paradeiro do menor, que inclusive já tinha sido ouvido anteriormente e confessou ser o autor do auto infracional análogo ao homicídio”, disse o delegado.
No entanto, o menor não foi localizado, pois havia saído de Gurupi, por medo de represálias. Porém, com o aprofundamento das investigações, os policiais civis da 3ª DHPP descobriram que o adolescente estava em Goiás. De imediato, por meio de compartilhamento de informações com a Polícia Civil do Estado vizinho, o adolescente infrator foi localizado e apreendido nesta terça-feira.
Ele permanece sob custódia das autoridades em Goiás e será transferido para Gurupi, sendo que uma equipe do Centro de Internação Provisória para Menores Infratores (CEIP-SUL), já está a caminho do Estado de Goiás a fim de trazer o menor para Gurupi.
Ainda segundo o delegado Joadelson, a 3ª DHPP já enviou uma notícia crime à Delegacia de Proteção a Crianças e Adolescentes de Gurupi, contra os pais do adolescente pela suposta prática dos crimes de abandono de incapaz e abandono intelectual. Fatos que deverão ser investigados em procedimento à parte.
Para o delegado Joadelson, a elucidação do caso traz uma resposta a sociedade gurupiense que ansiava pelo desfecho das investigações e também para a família da vítima que teve seu ente querido morto de forma abrupta e repentina sem direito a defesa.
“Desde o início das investigações, a Polícia Civil utilizou todos os recursos necessários para a completa elucidação do crime de modo a que não pairasse nenhuma dúvida sobre a motivação e também se o adolescente tinha agido sozinho. Nesse sentido, foi possível concluir, que o adolescente agiu sozinho e não a mando de outras pessoas, como foi ventilado anteriormente, mas unicamente movido por vingança”, frisou o delegado.