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Economia

Foto: Divulgação Sebrae

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Após receber orientação através da Consultoria de Gestão - Plano de Negócios, realizada pelo Sebrae Tocantins, o casal Rosana Lopes e Fernando Malheiros inauguraram uma lanchonete artesanal voltada para o atendimento de pessoas portadoras da doença celíaca, condição caracterizada pela reação imunológica exagerada à ingestão de glúten. O compromisso dos empreendedores é ofertar alimentação saudável e acessível ao público palmense que necessite desta segurança alimentar, através de uma produção manual de alimentos livres de glúten e lactose.

“Houve um aumento na busca pela qualidade de vida, o que estimulou as pessoas a adotarem uma alimentação mais saudável. Levando os empreendedores a observarem que existe um mercado cada vez mais crescente neste segmento”, afirma o gerente do Sebrae Amaggeldo Barbosa.

Microempreendedores no ramo alimentício, principalmente os produtos do segmento de padarias e confeitarias com produção própria, cresceram consideravelmente no primeiro semestre de 2021 em todo o País. O aumento foi de 50,8% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Já os restaurantes apresentaram um crescimento de 28,44%, seguido de lanchonetes com 23,66% e, por fim, da produção de alimentos para consumo domiciliar, em 22,62%, segundo panorama apresentado pelo Sebrae Nacional.

No Tocantins, a empreendedora Rosana Lopes é um exemplo. "Eu comecei fazendo pãozinho na minha casa, no meu apartamento, porque eu precisava comer e não tinha onde comprar. Então resolvi aprender, viajei muito, fiz vários cursos, me aperfeiçoei e tudo que tem aqui hoje sou eu quem produz. E com isso, alguns amigos entraram em contato comigo e pediram para que eu produzisse algo para eles. A ideia foi crescendo, a demanda aumentando e aí decidimos investir em um espaço que acolhesse pessoas com restrições alimentares e, hoje, temos uma cozinha inclusiva”, conta.

Pessoas com restrições alimentares ou alergias podem sentir dificuldade em encontrar ambientes que ofereçam alimentos seguros e sem contaminação cruzada, conforme explica Rosana. “Foi preocupada com essa contaminação, que decidimos que todo o preparo é manual e feito pela nossa equipe. Trabalhamos com materiais rastreáveis e laudos dos fornecedores. A falta de opções no mercado para pessoas celíacas, acaba por fazer com que elas se fidelizem quando encontram um ambiente que atende suas necessidades”, reforça.  

Para a nutricionista e cliente da lanchonete, Josi Buzachi, existem outros estabelecimentos que ofertam alimentos sem glúten, porém, não próprios para celíacos. "Quando você vai lidar com a matéria-prima, ela precisa ser certificada sem glúten. Somente a Mibilisq atualmente, em Palmas, tem essa certificação. Os funcionários passam por uma higienização antes de entrar na cozinha e todos esses detalhes são importantes”, afirma. 

Segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), não existe uma certeza quanto ao número de pessoas celíacas no país, pois a maioria não tem ideia de que possuem a doença. Entretanto, as estimativas indicam que esse número pode ser de até dois milhões de brasileiros.

Prova de que esse grande público precisa ser assistido, é o sucesso do negócio do casal em Palmas. Com um cardápio variado e atendendo as demandas de acordo com a necessidade do cliente, a empresa segue crescendo e conquistando o seu público-alvo. Eles comemoram: “em três dias de funcionamento vendemos mais de 400 coxinhas. Abrimos há poucos dias e já superamos nossas expectativas”, finaliza. (Sebrae Tocantins)