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Opinião

Antonio Tuccilio é presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos

Antonio Tuccilio é presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Antonio Tuccilio é presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos Antonio Tuccilio é presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos

Estamos acompanhando a mobilização nos últimos dias na internet para que os jovens tirem o título de eleitor. Parece até um pouco clichê, mas é preciso reforçar: votar é um direito, além de ser um ato extremamente necessário. Abster-se de votar pode impactar milhões de pessoas. Afinal, os políticos que elegemos a cada quatro anos são os que devem nos representar no Senado, Assembleias e Câmaras.

O voto é uma missão do eleitor. Infelizmente, hoje em dia os eleitores estão desapegados a critérios de análise de voto e muitos não pensam na coletividade. É preciso escolher adequadamente os candidatos, conhecer de fato as intenções e propostas dessas pessoas, ideologias, projetos. Há uma falta de consciência na hora do voto, e até mesmo de informação, pois sabemos que compra de votos é uma realidade. Triste, mas é.

Uma escolha feita de forma inadequada pode gerar grandes prejuízos. Não somente econômico, mas algumas classes enfrentam falta de amparo por parte dos políticos que deveriam representá-las.

Os servidores públicos sabem o que representa a falta de representação da nossa categoria na política. Isso dificulta – e muito – a luta por nossos direitos. Não há muitos políticos dispostos a brigar pela causa, o que torna as reivindicações mais difíceis de serem alcançadas.

Algumas de nossas lutas são antigas. Um exemplo disso é a busca para aprovação da PEC 555/2006, que visa acabar com a cobrança da contribuição previdenciária sobre os proventos dos aposentados. Veja bem, o Brasil é o único país do mundo onde os aposentados permanecem contribuindo mesmo após a aposentadoria. Isso é um grande absurdo.

O voto é importante porque inúmeras decisões políticas ao longo dos anos, além da escalada da inflação, resultaram na queda drástica do poder aquisitivo, colocando em risco a qualidade de vida desses ex-contribuintes e daqueles que dependem deles.

Não há o menor sentido na contribuição dos aposentados. Simplesmente, não é possível conviver com essa injustiça, e nossa indignação precisa ir às urnas. Isso não é tudo: aposentados e pensionistas do serviço público lutam há anos pelo direito constitucional à igualdade de remuneração entre ativos e aposentados.

A preservação do poder aquisitivo de aposentados é de extrema importância, ainda mais quando consideramos o caos econômico intensificado pela pandemia. Esta também deve ser uma preocupação dos candidatos à Presidência da República e ao Parlamento. Aliás, o ajuste anual é um direito previsto na Constituição Federal, Art. 37, X e 40, §§ 8º e 17.

Aprovar a PEC 555/2006 é sinônimo de justiça e mostra que os parlamentares não devem se esquecer de um grupo tão importante.

Mas, essa realidade pode ser mudada com o simples ato de votar. É o primeiro passo, na verdade. As eleições acontecem em outubro. Há tempo suficiente para avaliar os candidatos que mais compactuam com nossos interesses com cuidado e visão crítica. Mas não se esqueça que também é muito importante pensar no coletivo na hora do voto.

Dado o primeiro passo, é hora de acompanhar o que os políticos eleitos pensam, votam e discutem. Afinal, nós elegemos essas pessoas e elas estão lá para nos representar. Temos o direito de cobrar e de ser ouvidos.

O servidor público é um elo muito importante para a sociedade. Sem serviços essenciais de qualidade, tudo para.

Sim, o voto é necessário, mas de forma consciente. Só assim o País avança.

 *Antonio Tuccilio é presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP)