O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio da 5ª Promotoria de Justiça de Araguaína, está investigando diversas possíveis irregularidades constatadas em uma vistoria realizada na última quinta-feira, 24, no Hospital Regional de Araguaína (HRA). Procedimentos administrativos estão sendo instaurados ao longo desta semana e vão apurar diferentes problemas verificados na unidade.
A fiscalização foi feita pela promotora de Justiça Bartira Silva Quinteiro, que na oportunidade foi recebida pela diretora-geral do hospital, Waldineide Pereira de França. Segundo ela, a unidade possui 213 leitos, mas existe sobrecarga no fluxo de atendimento devido ao recebimento de pacientes transferidos do Hospital de Xambioá, local que está impossibilitado de realizar procedimentos cirúrgicos de alta e média complexidade por falta de rede de gás.
No HRA, a promotora verificou diversos problemas, como estrutura do teto danificada (onde fios e ferragens estão expostos), pacientes da Oncologia aguardando por atendimento embaixo de tenda, paralisação nas obras da ala psiquiátrica, falta de controle de entrada e saída de pessoas, queixas sobre a qualidade da alimentação, precariedade do enxoval hospitalar, demora na reposição de materiais cirúrgicos e falta recorrente de insumos.
No setor de Ortopedia e Cirurgia Geral, foram encontrados vários pacientes em corredores aguardando por cirurgia. Verificou-se ainda que as escalas médicas publicadas no site oficial do Estado são inconsistentes e não condizem com a rotina dos profissionais que estavam atendendo no HRA no dia da vistoria.
Já no pronto-socorro, funcionários relataram sobrecarga no setor por falta de número suficiente de técnicos de enfermagem, enquanto a sala vermelha, que deveria contar com 15 vagas para atendimento de pacientes em estado grave, dispõe apenas de oito leitos.
No Centro Cirúrgico constatou-se a demora na realização de cirurgias, reduzido número de procedimentos, com subutilização das salas e elevado número de cancelamentos de cirurgias, pacientes à espera de uma operação há mais de um mês, supostamente por falta de profissionais e equipamentos – os quais, por vezes, chegam a ficar de dieta zero.
“Irregularidades verificadas na Oncologia, na Ortopedia e no centro cirúrgico vão gerar medidas judiciais, pois já existem ações em tramitação. Outros problemas vão gerar procedimentos extrajudiciais. Esperamos que as providências sejam tomadas o mais rápido possível”, afirmou a promotora de Justiça.