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Educação

Ilustração mostra como seria o Hospital Universitário da UFT

Ilustração mostra como seria o Hospital Universitário da UFT Foto: Reprodução

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Várias turmas de medicina já se formaram pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) desde a colação de grau da primeira turma em 2013 e, desde então, os estudantes, que precisam obrigatoriamente fazer estágio e residência, continuam na dependência de convênios com o Governo do Estado e prefeituras para que os futuros médicos possam praticar conhecimentos e habilidades nas unidades da rede pública.

O Hospital Universitário da (UFT), que serviria como hospital-escola nunca chegou a sair do papel, apesar de a obra ter sido prometida para o ano de 2015. “O hospital universitário é um hospital de ensino. No Tocantins, temos muitos acadêmicos para poucos leitos disponíveis e uma população de 1,5 milhão de habitantes”, explica Pedro Cuellar, coordenador do curso de medicina da UFT.

O curso de medicina da Federal do Tocantins é um dos 25 do País que não contam com hospital universitário. “Dependemos da boa vontade de governos, estadual e municipais, para que nossos acadêmicos possam ir à prática médica”, resume Cuellar.

Atualmente, os sete cursos de medicina em atividade no Tocantins somam, juntos, cerca de 6 mil estudantes. Somente na UFT, são cerca de 480 acadêmicos. A maioria, faz residência no Hospital Geral de Palmas (HGP). “Até o 4º período nossos estudantes aprendem apenas com simulações. Eles só entram no HGP a partir do 5º período. Isso é horrível para a formação do médico. O ideal é que no 2º semestre já comecem as aulas práticas.”

Além da medicina, o HU também contemplaria estudantes dos cursos de Enfermagem, Nutrição, Administração e outras áreas afins, além de a desafogar os hospitais públicos do estado, pois acrescentaria à rede mais dois ambulatórios, além de especialidades médicas não oferecidas por aqui.

A situação revolta até mesmo pessoas que não estão ligadas à área acadêmica, mas que se beneficiariam do investimento. “A gente fica indignado ao ler matérias sobre pessoas que estão sofrendo nas filas destes Hospitais Públicos, muitas vezes por falta de leitos, UTI etc, o tempo todo. Fico imaginando que isso possa a vir a acontecer comigo ou algum familiar, caso venha a precisar”, protestou o representante comercial Bruno César Reis, 39.

O HU teria estrutura para realizar até mesmo transplantes de órgãos. Atualmente, o HGP faz apenas transplante de córneas e a captação de outros órgãos que precisam ser transportados de helicóptero para que o procedimento seja realizado em outros estados. “Seriam incalculáveis os benefícios a nossa sociedade como um todo. E acredito que todos os Estados da Federação tenha um Hospital Universitário, acho que só o Tocantins não tem ainda”, lamentou Bruno.

Projeto

Aprovado em 2015, o projeto do HU incluía 400 leitos de internação e outros 70 de UTI; o hospital também teria 46 consultórios e 16 salas de cirurgia. A obra e aparelhamento da unidade era orçada, há época, em R$ 120 milhões.

Apesar de oito anos terem se passado desde o anúncio da obra, a UFT respondeu à reportagem, por meio de nota enviada pela superintendência de comunicação, que o projeto certamente sofrerá acréscimos, mas que o valor não foi atualizado e que a estimativa atual é de R$ 160 milhões.

A universidade também afirmou que o motivo para que as obras do HU nunca tenham sido iniciadas é a “falta de recursos para construção”. O projeto, no papel, está pronto, mas o hospital de 35 mil m² que deveria ser erguido na quadra Arso 131 não ganhou sequer lançamento de pedra-fundamental. Há época, o Governo do Tocantins doou o terreno à UFT, mas, sem indicativo de obras no canteiro, o lote foi devolvido ao estado, como determinava a lei aprovada.

Em 2019, o orçamento da União incluiu mais de R$ 12,2 mi para início das obras do primeiro ambulatório do HU – o que também não ocorreu. Em 2013 e 2014, ainda na fase de elaboração do projeto, a então deputada Dorinha Seabra Rezende (União Brasil) chegou a, destinar respectivamente emendas parlamentares nos valores de R$ 23,5 mi e R$ 16,7 para execução da obra. Entramos em contato com a assessoria de comunicação de Dorinha, atualmente senadora, para saber seu posicionamento; aguardamos resposta.

Também demandamos o Ministério da Educação (MEC) sobre os motivos para a obra nunca ter sido iniciada, a atualização do valor da obra e previsão de início, mas não recebemos respostas. Por fim, a Universidade Federal do Tocantins informou apenas que, devido à falta de recursos, não é possível fazer previsão de quando, e se, as obras serão começarão.