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Cultura

Foto: Divulgação

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Poucas vezes a política brasileira viu despontar uma estrela com trajetória tão intensa. Mulher de personalidade marcante, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, teve participação decisiva na campanha presidencial e já ocupa um espaço bem maior do que o tradicionalmente reservado às primeiras-damas. 

Em Janja, a militante que se tornou primeira-dama, já em pré-venda e nas livrarias a partir de maio, os jornalistas Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo traçam um perfil detalhado da jovem que se filiou ao PT aos 17 anos até conquistar, três décadas depois, o coração de um dos maiores nomes da história política brasileira.

As lutas de Janja em defesa dos direitos das mulheres e das minorias, o trabalho como executiva na maior hidrelétrica do País, os bastidores de sua atuação enquanto o namorado esteve preso, e o dia a dia com Lula são revelados em um livro-reportagem com informações inéditas, produzido a partir de entrevistas e de uma minuciosa pesquisa.

"Se Lula teve em outros mandatos muita influência de figuras como o ex-ministro José Dirceu e o publicitário Duda Mendonça, desta vez ele conta, como principais conselheiros, com pessoas que o acompanharam ao longo de seu período na prisão. Ao lado de Gleisi Hoffmann e Fernando Haddad, Janja  é um dos personagens mais proeminentes deste grupo", afirma Murilo.

Jornalistas com passagem pelas principais redações do País, Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo são referência quando o assunto é primeira-dama. É deles o elogiado “Todas as mulheres dos presidentes”, único livro que analisa o papel de todas as primeiras-damas brasileiras desde o início da República, em 1889.

"Pelo papel que Janja teve na eleição de Lula, por sua atuação no início do mandato e sua importância no governo, acreditamos que seria fundamental conhecer a trajetória dela de militante petista a primeira-dama. Não apenas sua história pessoal, mas também o contexto social e político que a forjou", diz Ciça.

Janja, a militante que se tornou primeira-dama está em pré-venda na Amazon até 28 de abril, no formato impresso e em e-book. No dia 11 de maio, haverá a primeira noite de autógrafos, na Livraria da Travessa de Ipanema, no Rio.

Algumas Histórias do Livro

Despedida no sindicato – Janja esteve com Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, horas antes de o petista se entregar à Polícia Federal, em 7 de abril de 2018. No sindicato, havia uma sala de difícil acesso, no subsolo, onde foi colocado um estrado com colchão de casal. Nele, havia um lugar reservado para Janja. Os dois viviam a fase do início de namoro e não se desgrudavam. O romance era mantido em sigilo e apenas um círculo restrito de assessores e amigos sabia que a namorada de Lula estava no prédio.

Arma na mão – Janja demorou a entender que poderia ser alvo de atentados da extrema direita. Apesar dos pedidos de Lula, que da prisão orientava seus seguranças a não desgrudarem da namorada, a socióloga sempre dava um jeito de escapulir, saindo com os amigos e voltando de Uber. Até que um dia, num bar em Curitiba, ela foi surpreendida por um bêbado, que partiu em direção ao seu grupo apontando uma arma para Manoel Caetano, advogado de Lula muito conhecido na cidade. Caetano protegeu Janja com o próprio corpo, evitando que o homem a reconhecesse. A situação foi controlada, mas depois disso a namorada do petista cedeu e aceitou a escolta.

Relações públicas – Em 2011, Janja, então empregada de Itaipu, foi indicada pelo diretor-geral da hidrelétrica, Jorge Samek, para um curso de estratégia na Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro. A socióloga surpreendeu a turma ao articular uma palestra de Lula, que havia acabado de deixar a Presidência da República. Os militares não gostaram da presença do petista, mas tiveram que aceitar. O que mais chamou a atenção foi o desembaraço da futura primeira-dama com Lula. Comportava-se como uma espécie de relações públicas do ex-presidente, recebendo-o e apresentando-o aos presentes.

Lua cheia – Janja é aficionada pela lua cheia. As redes sociais da primeira-dama são repletas de fotos do satélite em sua plenitude. Durante os 580 dias da prisão de Lula, ou seja, um ano e sete meses, foram 18 luas cheias, religiosamente contadas pela namorada. A lua cheia também estampou o vestido da noiva, que tinha por tema “Luar do sertão”, homenagem à região pernambucana onde o marido nasceu. A cerimônia foi numa noite fria, em São Paulo, mas a lua cheia deu as caras – como ela desejou.

Autores

Ciça Guedes é jornalista desde 1988 e tem também graduação em Economia. Trabalhou nos jornais “O Globo”, “Jornal do Brasil”, “Folha de S. Paulo” e no canal de TV GloboNews.

Murilo Fiuza de Melo é jornalista desde 1991 e é formado também em História. Trabalhou nas redações do “Jornal do Brasil”, “Folha de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo”.

Editora 

A Máquina de Livros chegou ao mercado há cinco anos com a proposta de publicar livros-reportagem, biografias e perfis. O jornalismo está no DNA da editora: é dirigida por Bruno Thys e Luiz André Alzer, que comandaram grandes redações no país. Os autores, em sua grande maioria, são jornalistas.

Fazem parte do catálogo da Máquina de Livros, títulos como “Nós, sobreviventes do ódio”, de Cristina Serra; “Toca o Barco”, com histórias de Ricardo Boechat; “O amor não se isola”, de Maria Beltrão; “Essa República vale uma nota”, de Octavio Guedes e Daniel Sousa; “Como girei a roda”, de Ricardo Lessa; “A Farra dos Guardanapos”, de Sílvio Barsetti; “Felipe Neto, o influenciador”, de Nelson Lima Neto; e “Caso Henry: morte anunciada”, de Paolla Serra.