O estudante de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Paulo Henrique Barros Macedo, pesquisador vinculado ao Laboratório de Microbiologia Geral e Aplicada (LMGA), do Câmpus de Palmas, participou de uma expedição à Ilha da Trindade, uma ilha oceânica do Brasil, localizada a 1.167 km de Vitória – Espírito Santo. A ida do jovem pesquisador deu-se por meio de recursos de edital do Programa de Pesquisas da Ilha da Trindade (Protrindade/CNPq). A expedição ocorreu entre dezembro de 2022 a fevereiro de 2023.
Paulo Henrique Barros Macedo monitorou tartarugas com pesquisadores do Projeto Tamar, percorreu trilhas rochosas e íngremes da Ilha vulcânica e auxiliou, especialmente, pesquisadores da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) em trabalhos de campo com algas.
“Coletamos algas, ‘tartarugamos’ de madrugada, assistimos pequenas cirurgias de espécies, empurramos e navegamos botes, carregamos placas até o pico da Ilha, cozinhamos, limpamos, entre outros serviços e, assim, passaram-se dois ótimos meses”, conta Paulo, realizado com a oportunidade ímpar que teve.
Como resultado da expedição científica, o estudante espera contribuir com os estudos das instituições parceiras e das próprias investigações científicas do Laboratório em que atua, sob a coordenação do pesquisador, Raphael Sanzio Pimenta, também pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFT.
Macroalgas e mudanças climáticas
Coordenando, desde 2014, o projeto Monitoramento e bioatividade de macroalgas da Ilha da Trindade, frente às mudanças climáticas, a professora e pesquisadora, Franciane Pellizzari, da Unespar, explica que o estudo consiste num inventário sobre as macroalgas da ilha oceânica em isolamento biogeográfico. Foi durante a realização de uma etapa deste projeto que o jovem pesquisador da UFT participou, auxiliando nos trabalhos de campo - coletando macroalgas para estudos sobre o clima, em especial.
O projeto integra o Protrindade, com o apoio logístico da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM) da Marinha do Brasil. É parcialmente financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação Araucária (FA) de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná.
O estudante Paulo Macedo descreve a experiência de conhecer a Ilha de Trindade como uma oportunidade única não somente de aprendizado acadêmico, mas, sobretudo, de boa convivência coletiva, de aprimoramento do "espírito de equipe".
“Foram dois meses vivendo com pessoas, que de início, não se conheciam, mas construímos uma convivência saudável e cheia de parceria durante esse período. Aprendemos o que ser e o que não ser uns com os outros”, conta, sobre o período que esteve em Trindade.
E sobre as paisagens, os passeios, os momentos de lazer do grupo? Paulo conta que sim, foram vários, evidente, mas sem perderem o foco quanto ao objetivo maior da ida à Ilha. “Sim, nos intervalos das missões científicas, fizemos trilhas, mergulhos, pescarias e até artesanato, mas, teve, antes disso, muito trabalho. E, entre nós, não existia ‘o meu trabalho’ ou ‘o seu trabalho’, mas, na maior parte do tempo, o nosso trabalho. Muitas vezes, ajudamos uns aos outros com suas missões a serem cumpridas no Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT)”, conta.
Confira aqui o programa de pesquisas científicas.