Líder da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado federal tocantinense Eli Borges (PL/TO) considera que o Brasil está "convivendo com a igrejofobia”. O parlamentar é conhecido por seu perfil conservador, declarado defensor da família e dos valores cristãos.
"É perceptível e lamentável que estamos convivendo com a igrejofobia, quando fatos isolados são usados para macular uma instituição vital para a rotina e perpetuação dos valores advindos do cristianismo", disse Eli em entrevista ao portal de notícias Correio Braziliense.
A fala do deputado demonstra insatisfação e critica movimento das redes sociais a favor da abertura de uma investigação contra as igrejas evangélicas. Internautas começaram o movimento após desdobramentos do pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) envolvendo o trabalho do padre Julio Lancellotti - pedido este que foi bastante criticado. Com a repercussão negativa, pelo menos 10 vereadores de São Paulo retiraram as assinaturas para a proposta de CPI.
Lancellotti, padre da paróquia de São Miguel Arcanjo, na Mooca, integra a Pastoral do Povo de Rua e é reconhecido por sua atuação em defesa da população em situação de rua.
A partir da discussão sobre investigação contra o padre, os internautas lotaram as redes sociais de apontamentos e de pedidos de investigação contra as igrejas evangélicas e o enriquecimento supostamente ilícito de seus pastores. Argumentam que as igrejas recolhem milhões de reais em dízimo e, mesmo assim, são livres de impostos, e criticam as grandes fortunas de pastores como Edir Macedo, Silas Malafaia, R.R. Soares e Valdemiro Santiago.
Eli Borges condena a iniciativa. Segundo o deputado, são cerca de 70 milhões de evangélicos no País e não se pode pegar fatos isolados e comprometer a instituição igreja. "É bom lembrar que fazemos um gigantesco trabalho social praticamente a custo zero para o erário público”, defendeu.
Apesar do barulho nas redes sociais, a CPI não deve sair do campo da imaginação, já que a ala evangélica é muito forte do Congresso. (Confira toda a entrevista no Correio)