Já prevista, foi publicada no Diário Oficial de Palmas dessa quinta-feira, 24, de número 3.760, a exoneração de Carlos Amastha do cargo de secretário municipal de Zeladoria Urbana. Ex-prefeito da capital, vereador eleito, ele deve retornar à Câmara.
Amastha esteve à frente da pasta por pouco tempo, desde o dia 1° de julho. O vereador assumiu o lugar de Marcílio Guilherme Ávila que foi exonerado a pedido.
A saída era prevista devido a questionamentos da postura de Carlos Amastha no período em que o prefeito Eduardo Siqueira esteve afastado e o vice, Carlos Velozo, assumiu.
Profundo pesar
O vereador encaminhou na terça-feira, 22, uma carta ao prefeito Eduardo, onde critica insinuações sobre articulações inexistentes. "[...] É com profundo pesar que recebo as recentes insinuações que circulam nos bastidores da política palmense e na imprensa local. Fofocas infundadas, lista de supostos "traidores", invenções absurdas sobre articulações inexistentes - tudo isso alimenta o ambiente municipal de desconfiança que só enfraquece a gestão e afasta a política do seu verdadeiro objetivo: servir a sociedade palmense".
Amastha nega qualquer tipo de conspiração. "Nunca houve da minha parte qualquer tipo de conspiração ou intenção de se afastar do compromisso que assumimos juntos com o povo de Palmas. Ao assumir interinamente a Secretaria de Zeladoria Urbana, agi com responsabilidade e zelo", escreveu Amastha na carta.
No documento o ex-prefeito destaca por mais de uma vez que ele e seu grupo político apoiaram Eduardo. "Desde o início do processo eleitoral, um dos grandes motivos que me levaram a apoiá-lo - e a envolver todo o nosso grupo político - foi exatamente o seu sonho de uma Zeladoria Urbana forte, estruturada e protagonista na gestão da cidade".
Palmas é maior que nós
Ao colocar o seu cargo à disposição do prefeito Eduardo, Amastha disse que a decisão não decorre de mágoas ou rupturas. "Reitero que esta decisão não decorre de mágoas ou rupturas, mas do compromisso com a seriedade da gestão pública. Palmas é maior que nós. Não pode ser refém de boatos, vaidades ou disputas de bastidores".
Carlos Amastha disse ainda na carta ao prefeito Eduardo Siqueira que sabe o que é ser traído, que conhece a dor. "Eu sei, prefeito, o quanto dói sentir-se traído. Vivi isso na pele. Conheço a dor da decepção, da dúvida plantada no coração do líder, das mentiras que, quando não combatidas, viram veneno. E por saber o quanto isso dilacera e corrói, afirmo com serenidade: nunca faria isso com ninguém. Em nenhuma circunstância. Em nenhuma hipótese", reforçou.
O vereador também fala de lições amargas e que o debate político precisa ser elevado, jamais contaminado por intrigas. "A História está repleta de lições amargas sobre lideranças que ascenderam ao topo e sucumbiram por não saberem distinguir a verdade da manipulação. Napoleão Bonaparte, após conquistar praticamente toda a Europa, passou a se isolar, rejeitar conselhos sensatos e cercar-se apenas daqueles que diziam o que ele queria ouvir. Sua queda começou não nos campos de batalha, mas nas decisões tomadas em salas fechadas, influenciadas por bajuladores e pelo orgulho. Que isso nos sirva de lição. A cidade de Palmas é maior do que os rumores que a cercam. Continuarei, como sempre estive, à disposição desta cidade. Como cidadão, vereador e ex-prefeito, sigo acreditando que o debate político precisa ser elevado, centrado em ideias e resultados, e jamais contaminado por intrigas".
Advogada Bianca Logrado assume interinamente a Secretaria de Zeladoria Urbana