No primeiro semestre de 2025, o Brasil registrou um aumento de 15,3% nos roubos e furtos de veículos leves, em relação ao mesmo período de 2024. O dado é do Grupo Tracker, empresa especializada em rastreamento automotivo. A tendência reforça a atuação contínua de quadrilhas voltadas ao comércio clandestino de peças.
Segundo Vitor Corrêa, gerente de Comando e Monitoramento do Grupo Tracker, o crescimento está diretamente ligado ao avanço dos desmanches ilegais. “O mercado paralelo de peças impulsiona os roubos e furtos. Veículos com mais de cinco anos são os principais alvos, porque as peças começam a se desgastar e surge a necessidade de manutenção e reposição”, afirma. Os crimes ocorrem em diversas cidades brasileiras, com maior incidência em áreas urbanas de grande circulação.
De acordo com Corrêa, a preferência dos criminosos recai sobre os modelos populares. “Quanto mais veículos de um modelo circulando, maior a demanda por peças e, consequentemente, maior o interesse dos criminosos”, explica. Os veículos furtados ou roubados são levados rapidamente para oficinas clandestinas e desmontados para revenda de peças.
O executivo alerta para os riscos envolvidos no consumo de componentes sem procedência. “A população precisa estar atenta: comprar peças sem nota fiscal ou sem procedência legal incentiva diretamente o aumento dos crimes”, diz. A operação das quadrilhas segue um modelo estruturado que conecta furto, desmonte e distribuição ilegal.
Como medida preventiva, o Grupo Tracker recomenda ações simples e eficazes aos motoristas. Entre elas estão evitar estacionar em locais com pouca iluminação ou movimento reduzido, instalar alarmes, bloqueadores e rastreadores, além de adquirir apenas peças legalizadas e com nota fiscal.
A análise do período revela um comportamento reincidente e reforça a necessidade de fiscalização intensiva nas áreas mais críticas. O relatório também reforça o papel da sociedade na contenção do mercado ilegal e na valorização da legalidade na manutenção automotiva.