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Esportes

Foto: Ítalo Albert/SecomTO

Foto: Ítalo Albert/SecomTO

Os estudantes tocantinenses escreveram um dos capítulos mais emocionantes da trajetória do estado nas Paraolimpíadas Escolares. Em São Paulo, os representantes do Tocantins mostraram que o esporte é capaz de transformar desafios em conquistas e de mudar vidas. Ao longo de duas semanas de disputas, eles garantiram 79 medalhas e quebraram quatro recordes nacionais, reforçando a determinação e a força de cada paratleta.

A delegação do Tocantins, coordenada pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), contou com 82 integrantes, entre atletas e equipe técnica. Os competidores, com idades entre 11 e 17 anos, participaram de provas de atletismo, natação, tênis de mesa, parabadminton e bocha.

Neste ano, as Paraolimpíadas Escolares foram realizadas no Centro Paraolímpico Brasileiro, em São Paulo, em duas etapas. Na primeira fase, entre 18 e 21 de novembro, dedicada ao atletismo, os tocantinenses alcançaram a impressionante marca de 62 medalhas. Na semana seguinte, o estado voltou a se destacar nas modalidades de natação, tênis de mesa, bocha e parabadminton, somando 17 novos pódios.

Recordes e destaques nacionais

Equipe da bocha mostrou garra e determinação nos três dias de embates (Foto: Ítalo Albert/SecomTO)

Nas quadras de tênis de mesa, bocha e parabadminton, os tocantinenses demonstraram técnica e competitividade. Nas piscinas, as braçadas firmes dos nadadores garantiram dez medalhas. Já no atletismo, as disputas foram marcadas por velocidade, precisão nos saltos e arremessos acima das expectativas.

Além das conquistas, três paratletas cravaram seus nomes na história ao baterem recordes nacionais. Diego Ribeiro Costa, do Centro de Ensino Médio Antônio Póvoa, de Dianópolis, tornou-se recordista nos 400m (T44 – Sub18), com o tempo de 00:57.37.

Edivan Sousa Pinheiro, da Escola Estadual Maria dos Reis Alves Barros, de Palmas, alcançou a melhor marca brasileira no arremesso de peso (F35 – Sub14), atingindo 6,64m. Já João Pedro Gomes Cavalcante, do Colégio Militar Santa Terezinha, de Miracema, arremessou 8,19m e estabeleceu o melhor resultado da história das Paraolimpíadas Escolares na categoria F13 – Sub18.

Medalhista nas quatro provas que disputou — dois ouros e duas pratas —, Maria Flávia Fernandes deixou uma mensagem de incentivo aos estudantes que ainda não praticam esportes. “Não se envergonhe de sua deficiência. Você pode chegar muito além do que imagina e ter muitas oportunidades, assim como eu tive. Vai conhecer pessoas com a mesma deficiência e descobrir uma modalidade que te representa. Vale muito a pena”, destacou.

 Na natação, Yasmim Carvalho, Maria Flávia Fernandes e Bruno Gabriel Coelho somaram 10 medalhas para o Tocantins (Foto: Ítalo Albert/SecomTO)

Superação

Evelyn de Sousa Alves, da Escola Estadual Maria dos Reis Alves Barros, conquistou duas pratas no atletismo e representa como o esporte transforma histórias de jovens marcadas por coragem e superação. Em sua terceira participação, ela já enfrentou inúmeros desafios para chegar às Paraolimpíadas.

Em 2023, às vésperas da competição, uma complicação de saúde tirou seus movimentos das pernas e a impediu de competir. Recuperada, intensificou os treinos e, desde então, vem acumulando vitórias e superando barreiras. “A minha primeira experiência foi incrível. Fiz novas amizades, aprendi coisas novas e percebi o quanto somos fortes. Cada ano é um aprendizado e valorizo cada esforço que me trouxe até aqui”, relatou.

Experiências marcantes

Representando suas escolas e o Tocantins, muitos estudantes também vivem, na competição, sua primeira experiência longe de casa. A treinadora da equipe da Escola Estadual Maria dos Reis Alves Barros, Divina Neila Silva Dias, relata o impacto dessa vivência e reforça que os resultados são frutos de meses de treinos, disciplina e da vontade de mudar destinos por meio do esporte.

“Eles ficam ansiosos para viajar de avião, ficar uma semana no hotel, passear e, claro, competir. Quando retornam com as medalhas, sentem-se acolhidos, valorizados e passam a inspirar outras crianças. Neste ano, meus atletas tiveram uma participação excelente, conquistando sete medalhas: três de bronze, cinco de prata e duas de ouro. A cada ano, investimos mais em treinamento para que voem ainda mais alto”, destacou.

A chefe da delegação, Thaís Gabrielle Martins, afirma que o Tocantins encerra as Paraolimpíadas Escolares 2025 com a sensação de dever cumprido. “Cada atleta volta maior do que quando saiu, não só pelas medalhas, mas pela certeza de que sonhos podem se tornar realidade. Ver tanta determinação nos enche de orgulho e mostra que estamos no caminho certo. O Tocantins tem talentos extraordinários e o nosso compromisso é continuar oferecendo oportunidades, estrutura e acolhimento para que avancem ainda mais”, enfatizou.

Apoio ao paradesporto escolar

A excelente campanha é resultado do trabalho contínuo das unidades de ensino, aliado ao apoio das famílias e fortalecido pelo Governo do Tocantins. Por meio da Seduc, a gestão ampliou investimentos em treinamentos, materiais esportivos, transporte das delegações, suporte técnico e participação em eventos nacionais. A realização dos Jogos Estudantis Paradesportivos do Tocantins (Parajets) e o Programa Esporte na Escola são iniciativas essenciais para fomentar a prática esportiva entre estudantes com deficiência.

Com o retorno da delegação, o titular da Seduc, Hercy Jackson, reforçou a importância do investimento governamental: “Os paratletas do Tocantins mostraram que as deficiências não definem limites e que essas sementes florescerão em futuras gerações de campeões. O Estado se orgulha de cada participante que representou o Tocantins com garra e inspiração. Seguiremos investindo em ações que proporcionam histórias de superação e vidas transformadas pelo esporte escolar”, afirmou.