No Brasil e globalmente, números mostram que elas conquistam cada vez mais espaço entre os internautas e como consumidoras de tecnologia.
A presença das brasileiras entre os internautas residenciais saltou de 40% do total, em 2000, para 48,9% dos 21,1 milhões de internautas residenciais ativos em janeiro de 2008, segundo o Ibope//NetRatings.
As pegadas femininas entre os consumidores online também saltaram desde 2000. Ali, as mulheres representavam 37% do volume de compras pela web, número que cresceu para 46% no primeiro semestre de 2007, de acordo com a 16ª edição do estudo Webshoppers, da consultoria e-bit.
Hoje, as mulheres gastam uma média de 244,53 reais em compras online, enquanto os homens desembolsam uma média de 326,76 reais, mostra o estudo.
O número de mulheres navegando na web em casa supera o de homens online nos Estados Unidos - lá, elas representam 52,1% do total de internautas. No Reino Unido, elas também estão mais online do que eles: representam 51,7% de todos os internautas. “No Reino Unido, as mulheres passaram à frente dos homens em outubro de 2007. Nos EUA, isso ocorreu há cerca de 5 anos”, revela o analista de Internet do Ibope, José Calazans.
O índice de mulheres online vem crescendo em todos os países, segundo o analista. “A tendência é que as mulheres assumam a maioria à medida que a internet amadurece em cada país”, diz. “Talvez por razões culturais, países como o Japão apresentam evolução mais lenta do índice de mulheres na internet”. Lá, a participação feminina equivale a 43,7% do total, mas ainda fica à frente da Itália e da Alemanha, ambas com 42,2%.
No Brasil, os dados do Ibope apontam que a mulher ainda permanece menos tempo online do que os homens - mensalmente, elas navegam em média 31 horas, contra as 40 horas registradas no caso do público masculino.
Em terras brasileiras, contudo, as mulheres já ultrapassam os homens na participação entre os usuários online em algumas faixas etárias.
Os internautas residenciais ativos entre 2 e 11 anos de idade no Brasil correspondem a 11,2% do total de usuários online registrados em janeiro de 2008 no Brasil. Deste número, 6,1% são mulheres e 5,1% são homens.
Entre os 25 e 34 anos de idade, fatia correspondente a 17,8% do total de pessoas online em casa, as mulheres ganham dos homens, mas por uma diferença mínima: 8,9% contra 8,8%.
Consumo e acesso
As mulheres, quando vão às compras virtualmente, compram principalmente livros, segundo o levantamento do e-bit. No primeiro semestre de 2007, elas gastaram em média 210 reais em produtos das categorias Moda e Acessórios, Cuidados Pessoais e Cama, Mesa e Banho.
No período, foram as mulheres quem consumiram mais produtos de beleza pela web (63%) ou da categoria Vestuário e Acessórios (57%).
Não é à toa que as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço entre os internautas. Ao escolher, em uma lista, até cinco alternativas de atividades executadas no seu tempo livre, 60,8% das brasileiras optam por navegar na web para seu lazer, segundo levantamento da e-Midia, divulgado no dia (06/03).
A pesquisa, que consultou 5.119 mulheres com até 60 anos de idade em todo o Brasil em outubro de 2007, descobriu também que 9,38% deste público recorre a papos com amigos virtuais quando estão ansiosas, deprimidas ou inseguras.
Diante de uma questão com três opções relativas a fontes de informação, 90,9% das brasileiras afirmaram que usam a web para se manterem atualizadas.
A internet também saiu na frente quando as mulheres buscam informações sobre produtos ou serviços. Neste caso, elas podiam assinar qualquer alternativa - de anúncios impressos e profissionais especializados a indicações de amigos -, mas a internet ficou mais uma vez no topo das opções, com 60,9% das preferências.
A e-Midia revelou ainda que o e-mail é a atividade mais freqüente da mulher brasileira na web. No caso do grupo chamado de “Nativas Digitais”, abaixo de 20 anos de idade, 79% usam o serviço, contra 94% das “Analógicas Digitais”, que têm entre 25 e 31 anos de idade.
No caso do último grupo, os sites de busca vêm em segundo lugar, com 57% de frequência de uso, graças às “pesquisas feitas para auxiliar seu filho no colégio”, segundo o Chief Executive Officer (CEO) da e-Midia, Alexandre Canatella.
As atividades online das analógicas digitais também envolvem ler notícias (50%), usar comunicadores instantâneos(31%) e comunidades online (29%).
No caso das nativas digitais, elas também usam comunidades online (56%), comunicadores instantâneos (49%), sites de busca (33%) e ouvem música (32%).
No caso dos Estados Unidos, o que dispara na preferência das mulheres online são os sites de vídeo: em 2007, o uso entre este público aumentou 120% em relação ao ano anterior, segundo estudo da Pew Internet & American Life Project.
E na opinião de Canatella, o canal mais influente para levar a tecnologia para a vida das mulheres são seus filhos. "Ela pode ouvir CDs, mas quando o filho mostrar um MP3 player, ela vai querer conhecer e provavelmente comprará um igual ou parecido."
Da redação com informações IDG Now