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Polí­tica

Foto: Divulgação

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do PT, Ricardo Berzoini, pretendem articular o final da reeleição no próximo ano. Segundo a Folha apurou, Lula deu aval a Berzoini para retomar negociações com os tucanos e preparar o terreno político para um acordo que possa ser colocado na praça após as eleições.

Em conversas reservadas, Lula voltou a rejeitar a hipótese do terceiro mandato, tese novamente aventada pelo deputado petista Devanir Ribeiro em discurso no Congresso. Segundo relato de um auxiliar direto do presidente à Folha, Lula teria dito que "não se brinca com isso", pois seria "quebrar um valor da democracia".

O presidente pediu, mais uma vez, que fosse dito a Devanir que ele cria crises artificiais ao abordar o tema, pois gera desconfiança na oposição. Já o fim da reeleição e o restabelecimento do mandato presidencial de cinco anos interessam a Lula e ao PT.

O presidente condicionava seu apoio ao final da reeleição a um acordo com o PSDB. Berzoini relatou ao presidente que petistas e tucanos voltaram a conversar sobre o tema e que há clima para tentar votar essa proposta. O PT avalia que o fim da reeleição deve ser votado ainda no mandato de Lula para evitar que o próximo presidente dinamite a idéia diante da possibilidade concreta de realizar dois governos seguidos.

Aécio defende união com PT e sugere outro rumo a críticos

Após o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG), sugerir a criação de uma aliança para enfrentar a eventual união de PSDB e PT na eleição municipal de Belo Horizonte, Aécio Neves (governador tucano de Minas) e Fernando Pimentel (prefeito petista de Belo Horizonte) reagiram dizendo que os insatisfeitos podem tomar outro rumo. A declaração partiu de Aécio, com Pimentel ao lado, após evento na capital. "Endosso o que o governador falou", afirmou o prefeito.

Aécio disse ser "natural" que alguns se sintam "preteridos" diante da busca da aliança eleitoral PSDB-PT, que ele classificou como "ousada e inédita". O tucano afirmou que se trata de uma "aliança em favor da cidade", aprovada por quase "90% da população", e sem a preocupação de "atender a vaidade de A ou B". "Acho que será possível ampliarmos ainda mais essa aliança. Todos esses atores de alguma forma terão seu espaço, serão convidados a participar dela, mas aqueles que acharem que o caminho é outro terão o mais absoluto respeito", disse.

Costa já vinha reagindo ao que chama de exclusão das lideranças políticas de Minas na tentativa de entendimento eleitoral que Aécio e Pimentel articulam. Fez reunião com potenciais candidatos e pré-candidatos à prefeitura, de vários partidos, e foi a Aécio também. Anteontem ele subiu o tom da crítica publicamente, em um restaurante em Brasília, apoiado pelo vice-presidente José Alencar (PRB-MG). O ministro ameaçou formar uma aliança, que teria, entre outras siglas, PMDB, PRB e DEM.

Potencial candidato ao governo mineiro em 2010, Costa luta contra suposta hegemonia política do PSDB e do PT, especialmente porque Pimentel é outro potencial candidato à cadeira que Aécio ocupa hoje.

Costa confrontou Pimentel ao dizer que esteve com o presidente Lula e que ele não avalizou a aliança com o PSDB. Pimentel disse que não ia "polemizar com o ministro", a quem chamou de "amigo querido". "Esse é um assunto que tem que ser resolvido entre nós que somos mineiros, e eu tenho certeza que o ministro Hélio Costa sabe disso", disse.

Governador e prefeito buscam criar a aliança tendo como candidato a prefeito um nome neutro, do PSB, possivelmente Márcio Lacerda, secretário de Desenvolvimento Econômico do governo mineiro e aliado político de Ciro Gomes (PSB-CE), que ontem à noite se encontrou com Aécio

Em lapso, tucano diz que deixa cargo no início de 2010

Potencial candidato à Presidência, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem em entrevista que deixará o governo do Estado "no início de 2010". A frase gerou especulações, o que levou sua assessoria a negar que o sentido dela tenha sido o de que Aécio se desincompatibilizará antes de 31 de dezembro de 2010, fim do seu mandato.

Aécio falava sobre o projeto Circuito Cultural da Praça da Liberdade quando disse: "Quero, antes de deixar o governo de Minas Gerais, no início de 2010, deixar todas as intervenções na praça da Liberdade prontas, inauguradas e abertas ao público".

A assessoria de Aécio disse que a questão é de "interpretação" que pode ser dada dependendo da posição da "vírgula" -segundo a assessoria, "no início de 2010" pode se referir a quando Aécio deixará o governo ou a quando ele deixará as obras prontas.

À noite, quando se encontrava com o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), Aécio foi questionado sobre quando deixará o governo. Disse então que poderá sair no fim de março de 2010 se for concorrer a algum cargo -mas não deu certeza.

Fonte: Folha on line