O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou ontem, 22 os números sobre novos desmatamentos na Amazônia registrados em março. A área desmatada no período foi de 145,7 quilômetros quadrados, de acordo com o Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter). E aponta uma redução de 80% em relação a fevereiro, quando o Deter contabilizou 725 quilômteros quadrados de novas áreas desmatadas.
Segundo o Deter, houve queda no número de novas áreas desmatadas em quase todos os estados da Amazônia Legal, exceto o Maranhão, onde a área registrada pelo Inpe aumentou de 2,1 quilômetros quadrados em fevereiro para 12,2 quilômteros quadrados no último mês.
Em alguns estados o sistema não encontrou registro de desmates em março – caso do Acre, Amapá, Amazonas e Rondônia. Com 112,4 quilômetros quadrados de novas áreas devastadas, Mato Grosso responde por 77% dos desmatamentos registrados pelo Deter no período, apesar da redução de 82,4% em relação a fevereiro.
Na avaliação do coordenador da campanha Amazônia, do Greenpeace, Paulo Adário, os novos números do Inpe “são uma boa notícia” para a floresta. Adário creditou a redução do desmate à grande incidência de chuvas na região durante o mês de março e às medidas de combate à degradação da floresta, entre elas a restrição de crédito para propriedades irregulares e a Operação Arco de Fogo, iniciada em fevereiro.
“É um resultado positivo. Sinal de que a Operação Arco de Fogo está começando a assustar os fazendeiros”, afirmou.
Até o ínicio de abril, a Operação Arco de Fogo havia aplicado R$ 31,3 milhões em multas e apreendido 25,8 mil metros cúbicos de madeira em toras e serrada nos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia – bases da ação integrada da Polícia Federal, Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Força Nacional de Segurança.
“Espero que [a redução] persista, porque é fundamental que o desmatamento caia radicalmente no primeiro semestre para que o números de 2007/2008 fiquem abaixo dos do período anterior”, acrescentou Adário.
O Deter fornece dados sobre a cobertura vegetal da região para alertar as autoridades, a fim de agilizar a fiscalização. A consolidação dos dados é feita por outra metodologia, o Programa de Cáulculo de Desflorestamento da Amazônia (Prodes), que define as taxas de desmatamento e é divulgado no segundo semestre de cada ano.
Fonte: Agência Brasil